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O país do golpe

Foto: Agência Brasil

Em carta aos deputados que votarão pela abertura, ou não, da investigação de obstrução de Justiça e organização criminosa contra si, o presidente Temer se diz vítima de “um golpe” promovido por Rodrigo Janot e outros que não querem o sucesso do Brasil. Em 2016, a ex-presidente Dilma acusou Michel Temer e Eduardo Cunha de autores do “golpe” que proclamou seu impeachment. Lula, agora, também acusa seu ex-aliado Palloci de tentar dar um “golpe” no PT e nele próprio ao fazer acertos para delação premiada e revelar os caminhos da corrupção.
Os políticos, que se comprometeram, durante suas campanhas eleitorais de custos bilionários, em garantir cargos e verbas das mais diversas fontes, sejam de estatais, emendas parlamentares, propinas pagas pelo setor privado em troca de facilidades, empréstimos, concessões ou até mesmo aprovação de leis e medidas provisórias que beneficiassem os grandes empreendimentos, continuam sendo reeleitos apesar dessas práticas.
Os militares verdadeiramente deram um golpe em 1964, chamando de “revolução” e implantando uma ditadura que durou mais de 20 anos, e a população ainda paga pelos prejuízos provocados pela falta de democracia e liberdade. A absolvição de Aécio Neves no Senado Federal, com votos do PMDB e de mais 18 investigados pela Lava-Jato, demonstra que as falcatruas continuam sendo feitas abertamente.
Os golpes hoje são dados às claras e utilizando as brechas da lei e a cara de pau dos políticos envolvidos. Não podemos aceitar sermos as vítimas destes golpistas disfarçados de defensores do povo, que estão implantando o terror entre os trabalhadores com a terceirização indiscriminada, a legalização do trabalho escravo, as reformas trabalhista e previdenciária, além da privatização de estatais fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do país. Precisamos iniciar imediatamente um contragolpe através da mobilização popular para expulsar da vida pública estes praticantes de golpes contra a vontade do povo.

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