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Apesar dos lucros bilionários, bancos não dão garantias de empregos

Na segunda rodada de negociação, nesta segunda-feira (27), representantes dos bancos afirmaram que não dão garantias de empregos. De 2013 a 2021 são 77 mil postos de trabalho a menos na categoria bancária, o que equivale a uma redução de mais de 15%, e o fechamento de quase 5 mil agências físicas.

Outro ponto discutido hoje (27) entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi o aumento das terceirizações em diversos setores de atividade dos bancos. O número de estabelecimentos que prestam serviço de correspondente bancário cresceu 42% entre 2016 e 2022, atingindo 470  mil em março de 2022, de acordo com o Banco Central.

“Os bancos são responsáveis por quase 1% do estoque do emprego no Brasil, e, mesmo sendo um dos setores mais lucrativos do país, somente na pandemia, reduziram dois mil postos de trabalho. A alta rotatividade no setor tem um motivo: no primeiro quadrimestre de 2022, por exemplo, o salário médio daqueles que entravam nos bancos correspondia a apenas 83%% do salário médio daqueles que eram desligados das empresas do setor”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

O desmonte trabalhista agravou a precarização e aumentou a terceirização no setor.

– Ivone Silva

Precarização do trabalho e terceirização

Se em 1990 havia mais de 730 mil bancários no país, em 2019, eram próximos de 455 mil, redução de cerca de 300 mil empregos. A redução no número de trabalhadores, resultado do fechamento de agências e digitalização dos bancos, contribui com a sobrecarga de trabalho.

Em dezembro de 2021, os cinco bancos possuíam mais de 464 milhões de clientes e, somente, 394 mil trabalhadores, o que representa quase 1.180 clientes por trabalhador.

Para ter uma ideia desse aumento, em 2015, por exemplo, os bancos possuíam 309,4 milhões de clientes e 433 mil bancários, ou seja, uma relação de 715 clientes por empregado, crescimento de 65,0% em seis anos ou de mais de 77 clientes por empregado por ano.

​​Outras formas de terceirização utilizadas pelos bancos é através da atuação dos agentes autônomos de investimentos que ofertam produtos bancários e por meio de plataformas digitais ou via criação de empresas fora da atividade bancária, especialmente, em áreas ligadas à tecnologia.

“Nessa negociação cobramos a garantia dos empregos, o fim da terceirização, que se amplia no setor bancário, a preparação dos trabalhadores para as mudanças tecnológicas e a redução da jornada de trabalho para quatro dias”, informou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. Ela ressaltou que os bancos dobram seu patrimônio a cada cinco anos.

Não podemos aceitar que eles demitam e colaborem para o aumento da miséria no país, que já chega a 33 milhões de pessoas. 

– Juvandia Moreira

Nos últimos 10 anos, o lucro dos bancos cresceu 15% acima da inflação. Em 2021, os cinco maiores bancos do país (Caixa, BB, Itaú, Bradesco e Santander) lucraram R$ 107,7 bilhões, 34,1% maior do que no ano anterior. No primeiro trimestre de 2022 o montante somou R$ 27,6 bilhões, 17,5% maior do que no mesmo período do ano passado.

“Uma das reivindicações da categoria é a  redução da jornada para quatro dias por semana, associada a redução da intensidade do trabalho e do controle da hora extra, sempre realizadas através da negociação coletiva com os sindicatos”, destaca Ivone Silva.

Fonte: CUT

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