Home / Realidade Bancária / Bancários, clientes e usuários são expostos enquanto os bancos lucram

Bancários, clientes e usuários são expostos enquanto os bancos lucram

A situação revoltante das filas nas agências bancárias de Vitória da Conquista foi divulgada, na última terça-feira (8), no programa Bahia Meio Dia, da TV Sudoeste.

Conforme demonstrado pelo apresentador Judson Almeida, os bancos mantêm – mesmo em meio a pior crise sanitária do último século – a política de obtenção de lucro a todo custo, em detrimento da saúde dos trabalhadores bancários, dos clientes e dos usuários do sistema financeiro.

O fato não é novo e vem sendo sucessivamente denunciado pelo Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, principalmente neste período de pandemia. Enquanto oferecem pouco retorno para a população e faltam condições adequadas de acesso, conforto, segurança e prevenção à Covid-19, os cinco maiores bancos com atuação no país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander) lucraram cerca de R$ 79 bilhões em 2020, ou seja maior que o PIB de dez estados da federação. Somente no primeiro trimestre deste ano, as mesmas empresas já divulgaram lucro somado superior a R$ 26 bilhões.

Figurando entre as instituições com maiores rendimentos no Brasil, e após receberem R$ 1,2 trilhão em ajuda do governo federal no ano passado, os bancos possuem mais do que condições de investirem nas duas principais medidas de melhoria ao atendimento da sociedade: a contratação de mais bancários e a ampliação do número de agências.

Infelizmente, o que vemos é o contrário. Nos últimos anos as instituições financeiras repetidamente realizam processos de demissão em massa e o fechamento de unidades. Para se ter uma ideia, o déficit de trabalhadores na Caixa Econômica Federal se aproxima de 20 mil e no Banco do Brasil já ultrapassou os 10 mil, colocando em risco real a capacidade e a qualidade da assistência à população.

Cerca de 1/3 dos bancários fazem parte do grupo de risco da Covid-19, foram colocados em home office e, segundo informações, podem permanecer em teletrabalho mesmo após a pandemia. Além disso, o retorno de alguns serviços, como a obrigação da prova de vida do INSS, deve piorar ainda mais as condições de atendimento nas agências.

A evidente falta de bancários afeta significativamente a vida dos funcionários que estão na ativa, pois precisam lidar com o estresse diário da sobrecarga de trabalho e das cobranças por metas abusivas, o que acaba por gerar uma das categorias com maior número de adoecimentos físicos e psicológicos do país.

Como se não bastassem os problemas expostos, o serviço bancário foi considerado essencial desde o início da pandemia e o atendimento presencial não foi interrompido. Contudo, os trabalhadores não foram incluídos como grupo preferencial da fase 4 do Plano Nacional de Imunização – a exemplo de professores, forças de segurança, funcionários da limpeza pública, funcionários do setor de transportes, entre outros.

Este menosprezo do governo federal para com os bancários, já resultou no aumento de 176% de óbitos no período de um ano, de acordo com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Em defesa da categoria e de toda a sociedade, o Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região está realizando uma grande mobilização – que, inclusive estava na Praça Barão do Rio Branco no momento da filmagem da TV Sudoeste – cobrando do poder público a imediata disponibilização de vacinas para as bancárias e bancários.

Somente com a vacinação da categoria e com novas contratações será possível a disponibilização de mais funcionários para atuar nas filas, bem como a diminuição do risco destes trabalhadores se tornarem vetores de disseminação do coronavírus.

Vacinar os bancários é proteger a população! Vacina já!

Veja Mais!

Burnout e depressão estão na lista de doenças ocupacionais

O Ministério da Saúde atualizou a lista das doenças relacionadas ao trabalho, incluindo 165 novas …