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Bater meta não é “requisito” para permanecer no teletrabalho

Sindicato recebeu denúncias de que gestores utilizavam cumprimento de metas como condição para permanência no home office. Após atuação da entidade junto à Superintendência Estadual em São Paulo, bancários voltaram para o home office, gestores foram reorientados e banco de horas será reclassificado

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região recebeu denúncias de que bancários do grupo de risco para o Covid-19 em home office foram convocados a bater metas ou teriam o cancelamento do teletrabalho. Além disso, o funcionário seria incluído em banco de horas negativas. Diante desta situação, o Sindicato atuou junto à Super Estadual em São Paulo, que garantiu o retorno ao home office e a reclassificação do banco de horas.

“O teletrabalho para o grupo de risco é de fundamental importância na preservação da saúde e da vida destes bancários. Portanto, não deve ser condicionado ao cumprimento de metas, que também não pode ser critério para incluir os trabalhadores em banco de horas negativo, como forma de punição.”, orienta Ernesto Izumi, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e bancário do BB.

Após a atuação do Sindicato, a Superintendência reorientou os gestores das unidades, não sem antes demonstrar estranheza quanto à decisão dos administradores, cujo direcionamento errôneo não partiu da unidade responsável pelo Varejo em São Paulo. Caso ocorra algum desajuste sobre isso, o bancário deve denunciar ao Sindicato (veja como no final da matéria). O sigilo é garantido.

Ernesto destaca ainda que os bancários do BB queixam-se de dificuldades para a venda de produtos, como muitas ligações não atendidas e listagens de clientes defasadas. “Neste momento difícil devemos ser solidários e todos precisam se ajudar, os que estão no home office e os colegas do presencial. O que não admitimos é o banco vincular o home office ao cumprimento de metas, que dependem de fatores de mercado, da qualidade das listagens de clientes, entre outros.”

Contratações

Para o dirigente, é urgente a realização de concurso para a contratação de mais trabalhadores. “O último concurso realizado pelo BB ocorreu em 2018, no qual apenas trinta aprovados foram convocados no Brasil inteiro. Desde então, muitos bancários foram demitidos. É preciso que a direção do banco se atente a esta situação e dê atenção especial aos colegas que estão no atendimento presencial, uma vez que estes bancários estão sofrendo com a sobrecarga, filas e o estresse de estarem em menor número no atendimento, o que já era uma realidade antes da pandemia”, enfatiza.

Acordo

O Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial (Pandemia Covid-19), negociado entre movimento sindical e o BB, aprovado por 82,43% dos votantes em assembleia virtual realizada em junho, garantiu a redução de 10% das horas negativas, que poderão ser compensadas em até 18 meses após registro no sistema, além de outros avanços (CLIQUE AQUI para saber mais).

Denuncie

Getúlio Maciel, dirigente sindical e representante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) alerta que todos os funcionários do banco devem se precaver contra outras possíveis medidas arbitrárias por parte do banco relacionadas ao home office.

“Queremos negociação com o banco sobre o teletrabalho para garantir proteção em caso de vazamento de informações quando o trabalhador não tem responsabilidade ou no caso de problemas de saúde por falta de ergonomia. Além do direito a não ser abordado fora do horário, e ainda o direito a uma verba compensatória pelos gastos realizados. Estar em home office não desobriga o trabalhador de cumprir seu contrato de trabalho e jornada, que ajuda consideravelmente a unidade e os colegas que estão em trabalho presencial. Caso o bancário conheça algum colega ou ele mesmo esteja passando por depressão ou outro problema de saúde que o impossibilite de trabalhar, deve procurar seu médico e a CASSI, além de entrar em contato com o Sindicato. Nós vendemos nossa força de trabalho, entregamos horas do nosso dia ao banco. Pedimos respeito e condições adequadas para cumprir nosso papel enquanto banco público”, conclui Getúlio.

 

Fonte: SP Bancários

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