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Caixa sob risco da privatização

Nesta semana, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães anunciou a revisão da projeção de lucro do banco, que poderá diminuir em até R$1 bilhão sob a justificativa de possível inconsistência nos dados apresentados. Essa notícia não chamaria tanta atenção se, na semana passada, não tivessem sido revelado os reais objetivos do atual presidente, que é preparar o banco para ser entregue ao setor privado.

É importante lembrar que Pedro Guimarães esteve presente na privatização de outros três bancos públicos. O atual presidente, que não tem nenhuma experiência em gestão pública, iniciou de maneira intensificada os diálogos sobre fatiamento e privatização na CEF.

Em uma matéria publicada no site Valor Econômico foram detalhadas algumas movimentações que estão sendo realizadas sem grandes alardes. Entre elas, a escolha do consultor André Laloni, que já trabalhou para os bancos internacionais UBS e Barclays Brasil, contratado pela presidência do banco e pela secretaria de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia. O objetivo é diminuir a atuação da Caixa enquanto banco público com venda das participações nas áreas de seguros, cartões, Assets e loterias, além da abertura das ações para o mercado.

A expectativa dos bancos privados é que a CEF pode gerar pouco mais de R$ 30 bilhões em transações em formato de consórcios. O que já foi apontado pela Contraf-CUT como uma contradição, tendo em vista que os setores que pretendem ser vendidos geram bastante lucro para o banco atualmente. Já foram enviados pedidos de propostas para oito bancos de investimento, e a indicação é que tenha sido fechado com quatro desses bancos.

Ao que aparenta, a CEF tem sido prioridade do governo para capitanear a privatização, mas não fica atrás o interesse de acelerar esse processo também no BNDES e Banco do Brasil. Na segunda-feira (25), a Contraf-CUT entregou um ofício para solicitar uma reunião com o atual presidente da Caixa.

“Desde bem antes do início desse novo governo, nós, bancários, já estamos acompanhando todas as movimentações nesse sentido. A categoria, na sua maioria, é contra a privatização da empresa ou partes dela, seja por venda completa ou por abertura de capital. Não faz nenhum sentido a venda de ativos tão lucrativos para o governo, ainda mais com a propaganda que tem sido feita sobre o corte de gastos e aumento de receitas desde a campanha eleitoral. Devemos nos unir e lutar contra esse ‘entreguismo’ escancarado que faz parte das intenções do atual governo, no qual um certo ministro conseguiu converter um presidente que se dizia nacionalista em neoliberal”, afirma o secretário-geral do SEEB/VCR, Bruno Boaventura.

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