Home / Brasil / “Chegamos no limite, temos que ir para a rua contra Bolsonaro”, diz Ivone Silva

“Chegamos no limite, temos que ir para a rua contra Bolsonaro”, diz Ivone Silva

Liderança dos Bancários, Silva lembra aumento de 170% nas mortes entre trabalhadores da categoria por conta da pandemia

O último sábado (3), marcado por manifestações contra o governo Bolsonaro, em 312 cidades do Brasil e 35 do mundo, revela que a “população chegou ao seu limite”, explica Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

“Primeiro ele [Bolsonaro] era só homofóbico, só machista, e depois nós fomos percebendo que ele era mais do que isso, ele era um genocida. No sentido de ter negado as vacinas para todos os trabalhadores e cidadãos, quando não quis comprar e isso está sendo provado na CPI. E como chegamos no nosso limite, mesmo com o perigo da covid, o jeito é ir para a rua”, afirma.

Os atos reuniram milhares de pessoas pedindo o impeachment do presidente, o aumento no ritmo de vacinação da população e o pagamento do auxílio emergencial em seu valor inicial, de R$ 600.

Para Silva, os atos também apontam para um engajamento cada vez maior da população com a política. Ela se diz impressionada como o tema também tem ganhado repercussão nas redes sociais.

“As manifestações foram para as ruas, mas também para as redes. Na CPI, os internautas têm mandado perguntas, isso é muito interessante. É um momento que a população está participando e eu tenho visto muitas pessoas, que não eram antenadas na política, que estão assistindo a CPI, para saber realmente o que está acontecendo no país.”

Tragédia na categoria

Ivone Silva, que preside o maior sindicato dos bancários do país, é taxativa ao dizer que a covid foi especialmente trágica para a categoria. No último ano, o número de óbitos entre os trabalhadores do setor aumentou 176%, conta a presidenta.

“Isso tem variação de uma cidade para a outra, de um banco para o outro. A Caixa Econômica, se você compara o número de mortes, é maior que os outros bancos. Lembrando que foi a Caixa Econômica que pagou o Auxílio Emergencial”, diz Silva.

Os bancários foram integrados, desde o princípio da pandemia de covid-19 no Brasil, em março de 2020, aos serviços essenciais à população, que não foram interrompidos mesmo em locais onde foram decretados lockdowns.

“Não tem outra alternativa para os bancários, a não ser irem para as agências trabalharem, porque vários serviços, apesar de você poder fazer pelo seu celular, pelo computador, são apenas pessoalmente. A nossa população ainda não tem acesso à internet, então o nosso serviço é essencial por isso, é como o mercado: quem é que consegue comprar online? É quem tem uma internet, tem um endereço fixo, quem não tem, vai no mercado”, lembra a bancária.

A dirigente defende que a categoria seja incluída entre os prioritários na fila de vacinação, assim como “professores, trabalhadores de mercados, farmácias, o pessoal da área de limpeza, segurança, devem ser vacinados antes. Isso não é furar fila, é porque eles são essenciais. Se a pessoa tem que ir para o trabalho essencial e está vacinada, ela tem menos risco de contrair e de levar para a família”.

Fonte: Brasil de Fato

Veja Mais!

Brasil bate recorde no número de pessoas idosas

O Brasil alcançou um marco em 2022, com a proporção recorde de idosos na população, …