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Contexto de mudanças e incertezas tem adoecido a categoria

As práticas neoliberais do governo Bolsonaro têm exercido forte influência na gestão das empresas públicas, e no setor bancário não seria diferente. O Banco do Brasil vem aplicando medidas que comprometem cada vez mais os direitos dos seus funcionários, cerceando até mesmo a sua autonomia.

Parte dos bancários que estão em licença-interesse (afastamento não remunerado) deverá retornar aos seus postos de trabalho e a concessão de novas licenças está suspensa. Segundo comunicado divulgado pelo banco, essa é uma “decisão administrativa” que tem como objetivo ocupar as vagas existentes, pois o BB não tem concurso vigente e os funcionários vem sofrendo com a sobrecarga de trabalho.

Em tom de ameaça, o banco informou que o prazo limite para o bancário se apresentar em seu local de trabalho é até o dia 22 de novembro: “Caso não compareça para posse, suas ausências a partir de 25/11/2019, serão classificadas como ‘falta não abonada não autorizada’, o que poderá incorrer em abandono de emprego, passível de demissão por justa causa (alínea I do artigo 482, da CLT)”.

Além disso, a política de reestruturações também preocupa no que diz respeito às remoções compulsórias. O acordo firmado com a categoria sobre a não realização de remoções para municípios que não fossem de origem do bancário tem sido descumprido. O acordo previa as remoções para localidades com distância de até 30km do local de origem, podendo chegar ao máximo de 50km em caso da não existência de vaga em distância inferior, havendo sempre uma consulta prévia ao bancário.

No entanto, o BB informou à Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) que, passada a fase de adesão voluntária, ainda permanecem 577 excedentes, sujeitas a remoção compulsória, e que será aberto um Sistema Automático de Concorrência à Remoção (SACR) especial apenas para essas pessoas em excesso.

Diante desse cenário, como fica a saúde mental do bancário? As condições de trabalho são precárias, o assedio moral cada vez mais praticado e tudo isso somado às incertezas sobre o futuro da carreira – que, em tese, seria protegida pela tão estabilidade do serviço público – tem levado a categoria a um processo de adoecimento profundo. Apenas nas últimas duas semanas, dois novos casos de suicídio cometidos por trabalhadores do Banco do Brasil foram registrados.

“A lógica do patrão é fazer mais com menos. No atual governo, a situação é ainda pior, visto que não há previsão de novos concursos, mesmo com vários planos de demissão e aposentadoria nos últimos anos. Obviamente, os colegas se sentem ameaçados e na incerteza diária, adoecem e chegam até mesmo ao suicídio”, afirma a vice-presidente do SEEB/VCR, Larissa Couto.

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