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Eleição no Congresso: mais do mesmo

As eleições para presidentes da Câmara de Deputados e Senado Federal aconteceram na semana passada e deixaram claro que o “sentimento de renovação” não foi acatado pelos parlamentares. Mais uma vez, as figuras eleitas para liderar as casas do Congresso Nacional – ambos do partido DEM – são reflexo da “velha política” combatida pelas classes trabalhadoras e apoiada pelo empresariado.

Câmara de Deputados
Com o resultado da eleição, pela terceira vez consecutiva, Rodrigo Maia (DEM-RJ) se tornou presidente da Câmara dos Deputados. O parlamentar foi eleito, no primeiro turno, com 334 votos, e comandará a Casa até 31 de janeiro de 2021. O deputado Maia, assumidamente comprometido com a reforma da Previdência moldada pelo governo Temer, é alvo de dois inquéritos no STF, investigados pela Operação Lava Jato. Em um deles, o deputado é acusado de receber propinas da Odebrecht e, em outro, de oferecer “vantagens legislativas” a empreiteiras em troca de dinheiro para campanha.

Senado Federal
Depois de ter sido suspensa a sessão da sexta-feira (1ª), devido às divergências sobre a condução e a forma de votação, no sábado (2), as discussões foram marcadas por interferências do STF, fraude nos votos e desistência de candidatos à presidência, inclusive do senador Renan Calheiros, que buscaria por seu quinto mandato. Depois de todo imbróglio, Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito no primeiro turno como presidente da Casa com 42 votos. O senador que se candidatou como “mudança”, é, na verdade, mais do mesmo. Das votações importantes que participou, o parlamentar, aliado do atual ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, votou contra a cassação do então senador Aécio Neves (PSDB-MG), a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, da reforma trabalhista e, no ano passado, do aumento de 16% nos salários dos ministros do STF – que, por “efeito cascata”, garante o reajuste do teto para todo o funcionalismo público. Alcolumbre é, ainda, alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal, que apuram irregularidades na campanha eleitoral de 2014.
“Com a eleição do DEM, partido conservador que tem suas origens no regime militar, para as presidências da Câmara e do Senado, está montado o esquema ultraliberal de retrocessos contra o povo. Precisamos estar atentos e fortes para resistir”, alerta Paulo Barrocas, presidente do SEEB/VCR.

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