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Greve forte, acordo insuficiente

Bancários aumentam a participação no movimento, mas Comando cede às propostas dos bancos e Governo.

Depois de mais de um mês de tentativas e várias rodadas improdutivas de negociações, banqueiros e Governo não deram alternativa à categoria bancária a não ser entrar em greve por tempo indeterminado. Dentre as reivindicações apresentadas em pautas geral e específicas, os bancários exigiram melhores condições de trabalho, segurança, saúde, salários e igualdade.

Com a deliberação da categoria sobre a participação no movimento grevista, os bancários da base do Sindicato de Vitória da Conquista e Região iniciaram às paralisações no dia 30 de setembro. Logo no primeiro dia de greve, 57 agências foram fechadas na região. Nos dias seguintes, a força dos bancários só cresceu e o número de bancos com as portas fechadas chegou a 73.

A greve deste ano, apesar da pressão e assédio dos bancos, foi marcada pela efetiva participação dos trabalhadores, que se mantiveram firmes no movimento, unidos na busca de avanços para categoria e clientes. A mobilização por melhorias foi tanta que, no dia 02, os trabalhadores conseguiram interromper, pela primeira vez, as atividades na agência do Bradesco em Barra do Choça.

Alguns bancos, incomodados com a força da categoria, começaram a desrespeitar o direito de greve dos trabalhadores, e denúncias de condutas antissindicais por parte de gestores chegaram ao Sindicato. As ordens das instituições bancárias eram para os trabalhadores voltarem ao serviço, registrarem o ponto em outras agências estabelecendo jornadas indevidas, além de ameaçar com transferência e perda de comissão. A situação levou o Sindicato a se reunir com o Ministério Público do Trabalho e, numa medida cautelar, solicitar garantias para a manutenção da paralisação da categoria na base.

No quarto dia de greve, a Federação Nacional dos Bancos, BNB, Banco do Brasil e Caixa Econômica convocaram novas rodadas de negociações e apresentaram propostas atualizadas aos bancários. Com uma oferta de reajuste salarial de 8,5%, mesmo abaixo dos 12,5% reivindicados pela categoria, o Comando Nacional dos Bancários orientou a categoria aceitar a nova proposta. E foi o que aconteceu na maioria dos sindicatos do país, deliberando pelo fim da greve no dia 06 de outubro.

Entretanto, discordando da postura do Comando e acreditando ser possível avançar nas conquistas, a categoria se manteve na luta em alguns Estados. Os bancários da base de Vitória da Conquista e região, pela avaliação da conjuntura política e o crescimento da participação da categoria na greve, decidiram em assembleia manter a mobilização e continuaram parados por mais um dia. Até que, em nova assembleia, no dia 07, avaliaram o quadro nacional e deram fim às paralisações nos bancos privados, Banco do Brasil e CEF.

Os bancários do BNB continuam em greve e só pretendem reavaliar a situação quando houver novas propostas.

O Acordo Coletivo entre a Fenaban, BB, CEF e bancários será assinado na próxima segunda-feira (13).

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