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“Idiotas úteis”

Foto: Agência Brasil

Por Alex Leite, diretor do SEEB/VCR.

Quando o presidente da República se dirige a milhares de estudantes, professores e trabalhadores das mais diversas áreas que se dispuseram a ocupar as ruas de centenas de cidades de todo o país chamando-os de “idiotas úteis” e “massa de manobra”, ele demonstra o total desrespeito aos cidadãos brasileiros que pagam seus impostos e lutam por um país com justiça social. Os protestos foram organizados em resposta aos cortes de verbas para a educação pública, atingindo todas as universidades federais.

Segundo o ministro da Educação, inicialmente os cortes eram uma punição para as instituições que não seguiam a cartilha ideológica do governo e foi estendida para sua totalidade para tentar descaracterizar uma perseguição explícita. A redução das verbas em torno de 30% provoca prejuízos imensuráveis nos setores de pesquisa e extensão, na formação básica dos universitários, e chega a inviabilizar o funcionamento de serviços básicos como energia, água, limpeza, entre outros.

Nas manifestações, os protestos contra uma reforma da Previdência que prevê retirada de direitos dos mais pobres e a manutenção dos privilégios para os mais abastados, também fizeram parte das reivindicações populares.

Contraditoriamente, Bolsonaro diz apoiar uma pseudomanifestação marcada para o próximo dia 26 em defesa do seu governo. Ou seja, aqueles que irão às ruas defender um índice de desemprego alarmante; um crescimento econômico pífio; os cortes nas verbas para educação pública; a liberação de armas e munições praticamente para qualquer um que tenha dinheiro para comprar (até mesmo fuzis comumente usados pelo tráfico); a liberação dos mais perversos tipos de agrotóxicos; a intervenção na Petrobras, no BB e a privatização indiscriminada das estatais mais lucrativas do país, não serão considerados “idiotas úteis”. Mas, se este apoio não surtir efeito, poderão ser chamados de “idiotas inúteis” por seu líder.

Apesar do presidente, continuaremos firmes na defesa de um país soberano, onde a justiça social seja para todos e não apenas para aqueles que servem ao atual governo.

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