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Lucratividade e exploração caminham juntas

A busca descontrolada por lucro nos bancos privados tem explorado cada vez mais os seus empregados. Enquanto os rendimentos crescem consideravelmente a cada ano, os bancários precisam lidar com uma realidade de demissões, falta de funcionários, acúmulo de trabalho e o consequente adoecimento físico e mental.
Uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que, em 2019, o Bradesco obteve 20% de aumento no seu lucro em relação ao ano anterior, somando R$ 25,887 bilhões em resultados.
O banco encerrou 2019 com redução de 1.269 postos de trabalho e com o fechamento de 139 agências. Em 2020 mais unidades devem ser encerradas, já que em outubro do ano passado o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, anunciou a previsão de 450 agências a menos.
Já o Itaú lucrou R$ 28,363 bilhões em 2019, com crescimento de 10,2% em relação a 2018, segundo o Dieese. A receita com prestação de serviços e tarifas totalizou R$ 40,6 bilhões, muito abaixo das despesas de pessoal, que somaram aproximadamente R$ 27 bilhões.
Apesar do resultado astronômico, o banco fechou 5.110 postos de trabalho no ano, sendo 3,5 mil frutos de adesões ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV). O Itaú também fechou agências: em 12 meses, foram 372 unidades desativadas.
O Santander atingiu o lucro de R$ 14,550 bilhões, 17,4% a mais que no ano passado. Em relação aos postos de trabalho, o banco espanhol extinguiu 193 vagas em 2019. Contudo, isto não representa o número de demissões, já que somente no quarto trimestre houve redução de 1.663 trabalhadores.
“O setor bancário é o segmento mais lucrativo da economia brasileira. Tal resultado é fruto do empenho e esforços de uma categoria que é a cada dia mais explorada, reduzida e adoecida. A falta de políticas de regulação de mercado permite que os grandes bancos atuem com tarifas e serviços cada vez mais caros, que não se refletem em melhores condições de trabalho ou melhor acesso e atendimento à população”, afirma Sarah Sodré, diretora de Assuntos Jurídicos.

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