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Mulheres se mobilizam contra retrocessos

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, bancárias e bancários estão convidados a participarem, junto à diretoria do SEEB/VCR, da 3ª Marcha das Mulheres, com o tema “Pela vida das mulheres, em defesa das liberdades democráticas e contra a reforma da Previdência”. A concentração será a partir das 8h30, na praça Barão do Rio Branco, em Vitória da Conquista.

Representantes de movimentos sociais, entidades sindicais e da sociedade civil, por meio de cinco reuniões, elaboraram uma pauta de discussão sobre os ataques aos direitos das mulheres e a atual conjuntura da luta feminista na busca de uma sociedade mais justa. Entre os pontos destacados estão: o fim da violência contra as mulheres; defesa da educação laica e da igualdade entre pessoas; não aos cortes nos investimentos sociais; entre outros.

A Reforma da Previdência, que também consta na pauta de reivindicação, tem ameaçado direitos das mulheres trabalhadoras de todos os setores. A idade mínima para trabalhadoras urbanas passa a ser de 62 anos com 20 anos de contribuição no setor privado e 25 anos na carreira pública (com 10 anos no serviço público e 5 no cargo). Para trabalhadoras rurais, o mínimo proposto é de 60 anos de idade com 20 anos de contribuição. Professoras também deverão ter 60 anos de idade, mas, uma contribuição mais alta: 30 anos (no caso de regime próprio, são 10 anos no serviço público e 5 no cargo). As policiais civis e federais deverão ter a idade mínima de 55 anos com 25 anos de contribuição (sendo 15 anos de tempo de exercício), e as agentes penitenciárias e socioeducativas devem apresentar a mesma idade, porém, com a contribuição de 20 anos.

Dados divulgados na semana passada, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelam que pelo menos 27% das mulheres do País já sofreram algum tipo de violência ou agressão, e mais de 80% dos crimes são cometidos por homens próximos (marido, ex-companheiro, namorado ou, até mesmo, vizinho). No último ano, foram 16 milhões de mulheres agredidas, o equivalente a 1.830 vítimas por hora.

Em relação ao assédio, a pesquisa ainda aponta que 37,1% das brasileiras vivenciaram cantadas, comentários desrespeitosos e/ou humilhação nesse mesmo período. Essa é uma realidade que, infelizmente, também é muito vivenciada por trabalhadoras do setor bancário. Tanto o combate às práticas de assédio, quanto o fim da violência, fazem parte da pauta de reivindicações da categoria.

No que diz respeito à representatividade das mulheres nos cargos bancários, os números divulgados pela Contraf-CUT demonstram que elas são maioria nos postos de trabalho com remuneração até sete salários mínimos. Entre sete e dez salários mínimos, o número de homens e mulheres no setor permanece praticamente o mesmo, mas, à medida em que o salário aumenta, a presença das mulheres cai. Nos cargos de gerência em que há atendimento direto ao público, as mulheres ainda conseguem ser maioria (52,5%), porém, nas diretorias dos bancos os números são bastante desproporcionais: 1.798 homens e apenas 457 mulheres.

Para a diretora de Assuntos Jurídicos do SEEB/VCR, Sarah Sodré, é fundamental que todas e todos estejam firmes na luta pela conquista e manutenção dos direitos das mulheres. “Convidamos as bancárias e bancários da nossa base a participarem da Marcha com o intuito de fortalecer o movimento e ampliar a discussão sobre a nossa pauta junto à sociedade. Vivemos um contexto delicado, em que muitos dos nossos direitos estão sendo retirados, e diante disso, precisamos da união de todos em busca da justiça social”, conclui.

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