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Presidente da Petrobras, 3º gestor da estatal no governo Bolsonaro, pede demissão

O terceiro presidente da Petrobras nos três anos e meio do governo de Jair Bolsonaro (PL), José Mauro Ferreira Coelho, anunciou nesta segunda-feira (20) que renunciou ao cargo. Foi mais um que não resistiu as críticas pelos aumentos abusivos dos preços dos combustíveis que seguem a política da estatal que Bolsonaro manteve intacta, a chamada de Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras, a verdadeira responsável pela disparada dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha.

Durante a manhã, por meio de comunicado, a Petrobras confirmou o pedido de demissão de Coelho e disse que a nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da companhia. (Veja nota no final).

No início da tarde, a estatal divulgou outra nota dizendo que o Conselho de Administração da empresa nomeou Fernando Borges, diretor executivo de Exploração e Produção, como presidente interino, até a eleição de novo presidente.

Em 24 de maio, Bolsonaro já havia indicado um novo presidente para a companhia: Caio Mário Paes de Andrade, que foi secretário de Desburocratização do Ministério da Economia. Coelho, no entanto, resistia à renúncia, aguardando uma assembleia extraordinária de acionistas, que não tinha data para ocorrer, para que fosse destituído do cargo. Em seguida, tendo seu nome aprovado, Caio Paes de Andrade assumiria o comando da empresa.

A saída de Coelho ocorre após uma série de críticas feitas por Bolsonaro, que sempre recorre a factóides quando a estatal anuncia aumento nos preços dos combustíveis, como ocorreu na sexta-feira (17), para se eximir da responsabilidade pela escalada de preços.

Bolsonaro é, sim responsável pelos preços altos porque ele manteve o PPI, que atrela os preços dos combustíveis no Brasil aos preços internacionais dos barris de petróleo e à cotação do dólar. O PPI foi criado pelo governo do ilegítimo Michel Temer (MDB) e mantido por Bolsonaro sem nenhuma mudança.

Outro que atirou contra a Petrobras, assim como Bolsonaro mais preocupado com a eleição do que com a escalada dos preços, foi o pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PL).

Após o anúncio dos novos valores da gasolina e do diesel, Bolsonaro defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, seus diretores e conselheiros. “Nossa ideia é propor uma CPI para investigar a Petrobras, seus diretores e os membros do Conselho. Queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles, porque não é possível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes”, disse, em entrevista à Rádio 96 FM de Natal, na última sexta (17).

Segundo o chefe do Executivo, seus aliados no Congresso devem pedir a abertura do inquérito ainda nesta segunda-feira (20). A proposta ganhou apoio também entre políticos da oposição ao governo. “Conversei ontem com o líder da Câmara [deputado Ricardo Barros] para a gente abrir uma CPI segunda-feira. Vamos para dentro da Petrobras”, disse. “É inadmissível, com uma crise mundial, a Petrobras se gabar dos lucros que tem”, acrescentou.

Presidentes da Petrobras

José Mauro Coelho, que pediu demissão nesta segunda, assumiu oficialmente a presidência da Petrobras em 14 de abril. Ele foi indicado ao cargo após desistência de Adriano Pires.

Roberto Castello Branco – de janeiro de 2019 a abril de 2021.

Joaquim Luna e Silva – de abril de 2021 a abril de 2022.

José Mauro Ferreira Coelho – de abril a junho de 2022.

Para substituir Luna, o governo Bolsonaro chegou a indicar um empresário do setor Adriano Pires, fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) que desistiu da indicação após vários questionamentos por querer manter o filho na CBIE.

A Lei 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, impede que um executivo da empresa tenha parentes atuando no mercado para empreendimentos que possam ser considerados concorrentes.

Confira a nota da empresa

Petróleo Brasileiro S.A – Petrobras, informa que o senhor José Mauro Coelho pediu demissão do cargo de presidente da empresa na manhã de hoje. A nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora.

Fatos considerados relevantes serão prontamente comunicados ao mercado

Fonte: CUT.

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