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Que tiro foi esse?

Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Desmoralizado e sem apoio popular, correndo o risco, após perder o cargo e o julgamento com fóruns privilegiados, de ser responsabilizado pelos crimes cometidos, o presidente Michel Temer aproveitou o carnaval para tentar uma manobra “mirabolante” com o objetivo de sobreviver politicamente e continuar impune apesar dos processos que deverá responder.
Mesmo aparecendo como o 10° colocado do ranking dos estados mais violentos do Brasil – a Bahia ocupa a 7ª posição, por exemplo –, o Rio de Janeiro foi o estado escolhido para a “experiência militar”.
Com o apoio da maioria corrupta que o levou e o manteve no poder, a aprovação da medida de Temer atende os interesses, inclusive, daqueles comandantes das forças armadas que até hoje não se conformam com a democracia. Sem nenhum plano que atenda a segurança nacional, a intervenção se torna um ato político extremamente perigoso para as liberdades individuais e as garantias previstas do direito do cidadão. As declarações de vários representantes do Exército, querendo liberdade e impunidade para agir sem respeito às leis e sem restrições, faz da intervenção no Rio um laboratório para expandir para o país, com um discurso de segurança nacional, a intervenção geral. Aí, talvez, uma candidatura à reeleição com apoio de Bolsonaro e do DEM e cia.
A desculpa da intervenção também serve para atenuar uma possível derrota na famigerada reforma da Previdência, já que o governo não tinha votos suficientes dos aliados.
A utilização da intimidação, da violência e do medo pelo Estado para conduzir os destinos de uma nação, certamente, prejudicará ainda mais a população pobre, carente dos serviços do Estado e vítima de preconceitos sociais. Mais do que nunca, precisamos participar dos destinos do Brasil. As centrais sindicais e as organizações sociais não podem mais minimizar os conflitos capital x trabalho, sob o risco do último tiro atingir a todos.

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