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Retrospectiva 2020 – Segundo Semestre: Campanha Nacional dos Bancários

No segundo semestre de 2020, já em meio à pandemia da Covid-19, a categoria bancária teve que enfrentar outro grande desafio: a Campanha Nacional dos Bancários.

Pela primeira vez na história do movimento, as negociações, bem como as conferências, encontros e assembleias foram todas realizadas em formato virtual.

Nos dias 17 e 18 de julho, bancárias e bancários de todo país participaram da 22ª Conferência Nacional e aprovaram a pauta de reivindicação com reajuste da inflação mais 5% de aumento real nos salários e renovação de todas as cláusulas econômicas.

As negociações tiveram início no dia 4 de agosto e a proposta inicial das instituições financeiras não era nada positiva: os bancos ofereceram reajuste zero, sem aumento real, cancelamento da 13ª cesta, redução da PLR, entre outros retrocessos.

Após 14 rodadas de intensas negociações e com a ameaça de greve, a categoria conseguiu arrancar a proposta de 1,5% de reajuste nos salários, abono de R$ 2 mil para todos e reposição da inflação (INPC estimado em 2,74%) nas demais verbas como VA e VR, bem como nos valores fixos da PLR.

Para 2021, ficou previsto 0,5% de aumento real para salários e demais verbas. Além disso, todas as demais cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria foram mantidas.

No prazo limite da data base da categoria, dia 31 de agosto, as bancárias e bancários de Vitória da Conquista e Região deliberaram pela aceitação da proposta.

A avaliação do presidente do Sindicato, Leonardo Viana, foi que mesmo com o cenário adverso para os trabalhadores, devido à pandemia e aos ataques promovidos pelos bancos e pelo governo federal, a categoria se manteve mobilizada na defesa dos nossos direitos. “Apesar dos lucros nas alturas, os bancos insistiam na retirada de direitos e rebaixamento da renda da categoria. Tivemos que nos reinventar para enfrentar estes ataques e as manifestações virtuais deram o norte às mobilizações, inclusive com muitas hashtags na nossa campanha indo para os trending topics por vários dias. Portanto, precisamos parabenizar o Comando Nacional, as federações e sindicatos, mas principalmente toda a categoria – que é quem realmente decide os rumos da nossa campanha – pelos resultados alcançados. Mesmo não tendo um reajuste real no salário este ano, ele está garantido para o ano que vem, assim como estão garantidos os nossos direitos. Acredito ter sido este o objetivo número 1 da nossa campanha”, considerou Leonardo.

 

Veja os principais pontos do acordo e em quais os bancos retrocederam:

– Manutenção de todas as cláusulas da CCT por dois anos

Proposta inicial: Fenaban queria retirar direitos da CCT, como a 13ª cesta alimentação, e queria mudar as regras da PLR, rebaixando seus valores.

 

Após negociação: Mantidos todos os direitos previstos na CCT, em acordo de dois anos (2020/2021)

 

– Reajuste de 1,5% + abono de R$ 2 mil; aumento real em 2021

Proposta inicial: Fenaban insistia em reajuste ZERO

Após negociação: Reajuste de 1,5% para salários + abono de R$ 2 mil para todos, em 2021. Isso garante em 12 meses valores acima do que seria obtido apenas com a aplicação do INPC para salários até R$ 11.202,80, o que representa 79,1% do total de bancários (isso já considerando o pagamento de 13°, férias e FGTS). Para 2021: aumento real de 0,5% para salários e demais verbas, como VA, VR e auxílio-creche, e para valores fixos e tetos da PLR.

 

– VA, VR e auxílio-creche

Proposta inicial: Fenaban propôs reajuste ZERO para VA, VR e auxílio-creche.

Após negociação: este ano, VA, VR e auxílio-creche serão reajustados pela inflação (INPC estimado em 2,74%). Para 2021: VA, VR e auxílio-creche terão reposição da inflação do período + aumento real de 0,5%.

 

– 13ª cesta alimentação

Proposta inicial: Fenaban queria extinguir a 13ª cesta alimentação.

 

Após negociação: Mantida a 13ª cesta alimentação, com reposição da inflação em 2021 (INPC estimado em 2,74%). Para 2021: mantida a 13ª cesta alimentação, com reposição da inflação no período (1º de setembro de 2020 a 31 de agosto de 2021) + aumento real de 0,5%.

 

– PLR

Propostas iniciais: Fenaban apresentou 3 propostas que reduziam a PLR dos bancários em até 48%

Após negociação: Mantida PLR como está na CCT, e com reposição da inflação (INPC estimado em 2,74%) nos valores fixos e tetos. Para 2021: valores fixos e tetos com aumento real de 0,5%.

 

– Home office

Proposta inicial: Fenaban se recusou a negociar cláusula para melhorar condições de trabalho no home office.

Após negociação: Bancos se comprometeram em manter o home office até o final da pandemia. A Fenaban não concordou em colocar no acordo cláusulas sobre o controle da jornada de trabalho, sobre o ressarcimento de custos e a disponibilização da mobília adequada ao home office. Mas, mesmo sem um acordo geral sobre o tema, o Comando Nacional saiu com a sinalização de acordos específicos com alguns bancos.

 

– Contribuição negocial

Foi mantida a contribuição negocial de 1,5% do salário, com mínimo de R$ 50 e máximo de R$ 250, e 1,5% da PLR, com teto de R$ 210. A contribuição negocial, essencial para que os sindicatos possam fazer a luta, já havia sido aprovada pelos bancários nas conferências estadual e nacional e em assembleia do Sindicato.

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