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Roubini não espera recessão nem crise global

São Paulo – "Não espero que seja 2008 de novo. Não espero uma recessão global ou uma crise financeira".

Acredite se quiser, estão palavras são de Nouriel Roubini, economista americano nascido na Turquia e professor da NYU (New York University).

Um dos poucos a prever a crise de 2008, Roubini se tornou conhecido como "Dr. Desastre" (Dr. Doom em inglês) por geralmente estar do lado dos pessimistas.

Em junho, ele estava preocupado com bolhas. Agora, não vê crises já formadas, como deixou claro em entrevista para Henry Blodget, do Business Insider, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Ele acredita que a volatilidade dos mercados neste início de ano é baseada em grande parte no medo que a China desacelere demais e perca o controle sobre sua moeda e seu mercado de ações.

"Minha visão é que a China terá um pouso atribulado e não forçado, com crescimento neste ano de 6% indo para 5%. Aqueles que dizem que é 4% indo para zero, acho que estão errando. Não percebem que o setor de serviços está crescendo numa velocidade muito mais rápida do que o setor de manufatura".

Outros riscos significativos que Roubini cita são o crescimento fraco nos Estados Unidos, a queda dos preços de petróleo e a confusão no Oriente Médio com o conflito entre Arábia Saudita e Irã.

Isso sem falar em tudo que pode dar errado em uma Europa que enfrenta terrorismo, crise de refugiados, a possibilidade de saída do Reino Unido da União Europeia e a ressaca generalizada com processos sucessivos de austeridade e resgate.

"Então de repente o mercado está ficando nervoso e faz uma correção. Se essa correção vai virar mesmo um mercado "bear" [com queda de preços] depende se estes choques são mais ou menos persistentes, primeiro, e segundo da resposta das políticas".

Roubini gostaria de ver uma política monetária mais relaxada nos bancos centrais da Europa, Japão e China, além de uma sinalização clara pelo Federal Reserve de que vai esperar mais para aumentar os juros novamente.

Nem todos os participantes de Davos compartilham dessa visão. O megainvestidor George Soros, por exemplo, está menos otimista com a China, como disse em entrevista para a Bloomberg:

"Um pouso forçado é praticamente inevitável. Não é algo que eu esteja esperando, é algo que eu estou observando".

Outros participantes se mostraram preocupados com o aperto na liquidez e com falta de arsenal dos bancos centrais para responder aos desafios de forma adequada.

 

 

Fonte: Exame

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