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Sai a agência, entra o digital: bancos demitem 3.000 gerentes e contratam analistas de TI

O processo de digitalização de serviços bancários, que levou um empurrão durante a pandemia de coronavírus, vem se refletindo no tipo de emprego oferecido pelos bancos. A aposta vem sendo, cada vez mais, em vagas ligadas à tecnologia, enquanto os postos de trabalho em agências perderam espaço.

De qualquer forma, o saldo é negativo. No balanço entre contratações e demissões das instituições financeiras entre janeiro e agosto deste ano, o setor perdeu 1.600 funcionários, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia.

No período, foram eliminados mais de 3.000 postos de trabalho de gerência, com destaque para os tradicionais gerentes de contas pessoa física e pessoa jurídica, que responderam por metade desses cortes.

Entre as cinco ocupações que mais perderam postos de trabalho, estão também gerentes administrativos, caixas e gerentes de agências,. Ou seja, profissões mais ligadas às operações físicas do setor.

Paralelamente, os bancos contrataram 1.400 analistas de sistemas, o que ilustra bem esse processo de apostar em digitalização e reduzir o peso das agências.

Como é possível ver abaixo, as demais contratações de peso se concentraram em vagas de menor salário, o que, segundo analistas reflete a tentativa de enxugar custos em um momento de maior competição no mercado.

Enxugamento da estrutura já vinha ocorrendo

Neste ano, os dois maiores bancos privados do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco, fecharam mais de 600 agências bancárias. Mas esse processo de enxugamento da estrutura física não começou neste ano.

Na tentativa de se tornarem mais eficientes em um cenário de avanço dos serviços digitais, já haviam fechado 500 agências e eliminado 8,9 mil vagas com carteira assinada no ano passado. Da mesma forma que vem acontecendo neste ano, as profissões relacionadas com o funcionamento de agências e atendimento ao cliente foram as que mais sofreram: gerentes e tesoureiros.

Isso já vinha acontecendo porque o avanço da tecnologia de serviços financeiros vem permitindo uma estrutura mais enxuta, com os clientes aderindo, cada vez mais, a serviços bancários digitais. Essa mesma tecnologia vem permitindo a entrada de novos concorrentes no setor, como fintechs (startups de tecnologia do setor financeiro) e bancos digitais, o que aumenta a competitividade e a busca por mais eficiência.

“As mudanças trazidas pela tecnologia vêm em ciclos. Ainda estamos absorvendo o que aconteceu na pandemia, mas veremos novas mudanças no futuro, com novas soluções que serão criadas para as mudanças culturais da pandemia”, avalia Carlos Macedo, especialista em bancos da casa de análises Omninvest Independent Insights.

Fonte: 6 minutos, uol.

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