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“Essas instituições que promovem o crescimento”

O cenário econômico do país exige participação do Estado na composição do Sistema Financeiro. No aspecto de operações necessárias à circulação da moeda e do crédito na economia, o Governo se faz presente por meio dos bancos públicos. A diretora do Sindicato, Larissa Couto, fala sobre a importância dessas instituições para a sociedade.
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Como você enxerga a importância dos bancos públicos no atual cenário socioeconômico do Brasil? Os bancos públicos brasileiros têm atuado em pelo menos quatro grandes dimensões: 1) fomento ao desenvolvimento econômico, ofertando créditos para setores e modalidades em que os bancos privados não têm interesses, dados os maiores riscos e as menores rentabilidades (habitação popular, rural, infraestrutura urbana); 2) estímulo ao desenvolvimento regional; 3) expansão da liquidez em momento de crise de mercado; e 4) promoção da inclusão bancária. Portanto, são essas instituições que, junto com ações responsáveis do Governo, promovem o crescimento do país.

Qual o risco de enfraquecer a atuação de bancos como o BB, BNB e CEF, por exemplo? Esses bancos desempenham um papel crucial no desenvolvimento regional, constituindo canais de direcionamento de crédito para fomentar o desenvolvimento econômico e a infraestrutura das regiões. Caso a atuação desses bancos fosse reduzida, poderia haver uma retração do crédito e consequentemente riscos ao desenvolvimento de atividades importantes para a sociedade.

A terceirização dos bancos públicos, com os correspondentes bancários, é uma forma de privatização disfarçada? Sem dúvidas. O fenômeno da terceirização, como forma de aperfeiçoamento das atividades principais de uma empresa, está sendo desvirtuado com o único objetivo de conseguir mão-de-obra mais barata, transferindo as responsabilidades trabalhistas e prejuízos aos trabalhadores.

A mudança do perfil dos funcionários, que hoje são mais vendedores que agentes de desenvolvimento, prejudica a categoria e os clientes? Após a reestruturação criada pelos bancos com funções comissionadas, os bancários são submetidos a um processo de adoecimento psíquico sem precedentes, através da prática do assédio moral para atingir metas de vendas cada vez mais altas. Isso reflete diretamente no atendimento à população que recebe ofertas de produtos, muitas vezes desnecessários, apenas para cumprimento de metas e geração de lucro aos banqueiros.

Quanto aos bancários de bancos públicos, acabamos de sair de uma Campanha Salarial, com tímidas conquistas para os trabalhadores. Como você dimensiona a desvalorização destes bancários? Apesar de não concordamos com a forma como a Comissão Nacional dos Bancários conduziu as negociações, a vitória reflete o tamanho da luta. Enquanto os bancários não tiverem consciência que essa força de trabalho “vendida” aos cargos comissionados e às metas astronômicas, seremos incapazes de alcançar nossa valorização. Vemos colegas que se submetem a humilhações em troca de ascensão profissional e isso não depende de formas de administração, e sim de dignidade. E isso só a luta coletiva pode conquistar

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