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Falta preparo dos bancos para atender deficientes

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Na última quinta-feira (03), foi comemorado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. A data tem por objetivo mobilizar a sociedade em defesa da dignidade, dos direitos e o bem estar dos deficientes. Mas será que as instituições bancárias estão aptas a oferecer um atendimento digno a esta parcela da população?
Os bancos sempre alegam que a informatização dos serviços facilita a vida dos clientes, contudo, pessoas com deficiências visuais relatam dificuldades para utilizar os terminais de autoatendimento, como é o caso de Antônio Carlos Lira Magno, presidente da Associação Conquistense de Integração do Deficiente (Acide). “Eu tenho uma grande dificuldade para realizar operações nos caixas eletrônicos porque não tem nada que me guie. Se não houver um funcionário que me auxilie eu não consigo. Acredito que os bancos deveriam disponibilizar funcionários e um guichê de caixa específico para o atendimento dos deficientes”, afirma.
Já no caso das pessoas com deficiências físicas, os constrangimentos começam antes mesmo da entrada nas agências, pois a estrutura dos bancos retarda a entrada e pode expor estas pessoas à assaltos. “Na maioria das vezes, as pessoas com deficiência física possuem dificuldades no momento de acesso às agências. Precisamos esperar um funcionário vir abrir a porta para cadeirantes, o que considero arcaico. Os bancos só se preocupam com a segurança da instituição e não do cliente”, considera Hermenilson Oliveira de Sousa, que é conselheiro da Pessoa com Deficiência do Município e cadeirante.
Para os surdos a comunicação é o maior obstáculo dentro das agências, pois as instituições financeiras nem sempre oferecem uma capacitação adequada aos funcionários. “Nós temos acesso aos bancos, mas encontramos barreiras na questão de comunicação. Muitas pessoas se comunicam por meio da escrita acreditando que estão facilitando, mas na verdade não estão. A comunicação deve ser feita por meio da língua de sinais, pois essa é a nossa língua primária e deve ser respeitada. Também não conseguimos fazer uma reclamação na ouvidoria, pois o atendimento é para pessoas com deficiência auditiva, não surdez”, relata Magno Prates, presidente da Associação de Surdos de Vitória da Conquista.
Para a diretora Representante na Federação, Sarah Sodré, os bancos deveriam investir muito mais em acessibilidade para garantir igualdade de tratamento à população. “As dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência não se resumem às questões estruturais do banco. A qualificação que nós bancários recebemos muitas vezes limita-se a um curso virtual de alguns minutos. Mais contratações e cursos específicos mais abrangentes melhorariam o atendimento ao público com deficiência”, conclui.

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