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Artigo: Fingindo de “maluco”, por Alex Leite.

Por Alex Leite, diretor de Imprensa e Comunicação do SEEB/VCR.

 

Se fingir de “maluco” para justificar todas as ações em benefício dos banqueiros, dos grandes investidores da bolsa e dos mega empresários, que não admitem não obter lucros mesmo que para isso custe, explicitamente, a vida de milhares de pessoas. Foi a opção escolhida pelo presidente Jair Bolsonaro.

Contrariando a ciência e a Organização Mundial da Saúde (OMS), destoando dos governantes mundiais e de todos aqueles que possuem o mínimo de bom senso e humanidade – e, neste momento de pandemia mundial, pregam a preservação da vida humana -, obedecendo a pressão da minoria capitalista, Jair Bolsonaro conquistou mais uma vez um vergonhoso destaque mundial com seus posicionamentos obscurantistas.

Finge de “maluco” para justificar a tentativa de manter todo o país funcionando normalmente como se nada estivesse acontecendo no mundo.

Finge de “maluco” para justificar a pregação contra o aborto em qualquer circunstância, dizendo que a vida começa na concepção, e agora defende que a vida tenha um tempo determinado para aqueles que já passaram dos 60 anos, alegando que todos vão morrer um dia.

Finge de “maluco” para justificar uma ajuda de R$ 1,2 trilhões aos bancos, enquanto o cidadão brasileiro ainda não sabe quando e se vai receber míseros R$ 600 para sobreviver em tempos tão difíceis.

Finge de “maluco” para justificar o discurso e as leis aprovadas pelo Congresso, que os brasileiros deveriam escolher entre direitos trabalhistas e empregos, e agora o argumento é que devemos escolher entre deixar nossos familiares morrerem, principalmente os mais idosos, ou ficaremos eternamente desempregados.

Fica mais fácil se fingir de “maluco” para colocar a culpa no cidadão, no ambulante, no empresário, dizendo quealguns irresponsáveis não querem deixar que o povo trabalhe, e com isso responsabilizar a própria população por todas as dificuldades que estamos passando, ao invés de – assim como em outros países – efetivar medidas concretas, investindo os valores corretos para suprir as necessidades básicas de todo cidadão e injetando recursos nas micro e pequenas empresas para garantir tranquilidade de todos neste período de luta pela sobrevivência.

Em vez de carreatas e de protestos na internet, aqueles apoiadores de Bolsonaro deveriam estar cobrando medidas que incentivem os trabalhadores a permanecer em isolamento social, além de efetivar ações já adotadas em todo o mundo e recomendadas pela classe médica para prevenir e tratar essa pandemia mundial.

É hora dos “cidadãos de bem”, que ajudaram a eleger o atual presidente, perceberem que ele já ultrapassou todos os limites do ataque a dignidade humana – agora admitindo que deixar morrer uma certa quantidade de seres humanos em nosso país é justificável para preservar empregos. Pelo que ele pregava Deus estaria acima de todos, mas pelas suas ações ele quer decidir quem pode morrer no Brasil.

Se faz urgente, uma internação, uma interdição e uma punição severa para todas estas atitudes criminosas.

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