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Em dez anos, afastamento de bancários por doenças psicológicas salta de 30% para 57%

‘Vivemos uma epidemia de saúde mental’, lamenta Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários

Dinheiro

Pesquisa realizada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que 57,1%  dos afastamento de bancários, em 2022, ocorreu por problemas de saúde mental e comportamental.

O Dieese fez o mesmo levantamento em 2012. Na época, o afastamento de trabalhadores por problemas de saúde mental e comportamental representava 30% dos casos. Em bancos públicos, as doenças psicológicas correspondem a 75% dos afastamentos.

“Vivemos uma epidemia de saúde mental no sistema bancário”, lamenta Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo. “Em 2012, 48% dos afastamentos eram questões osteomusculares, que a gente falava que era tendinite, bursite, doenças relacionadas ao fato de digitar muito e rápido. Agora, as doenças são síndrome do pânico, depressão e ansiedade, uma série de questões ligadas a forma como o trabalho está organizado hoje e como as metas são cobradas”, explica a dirigente.

Em outro levantamento, divulgado abril deste ano, o Dieese mostrou que 41,9% dos bancários admite que tomou algum medicamento controlado nos doze meses que antecederam a pesquisa.

Ribeiro lembra que “o banco é uma concessão pública, ele está ali para oferecer crédito e fazer intermediação financeira. Ao longo tempo se tornou um mercado, que vende produtos financeiros.”

Essa mercantilização dos serviços dos bancos expôs os trabalhadores, conta a presidenta do Sindicato dos Bancários. “Todo mês, vários setores organizam o crescimento do banco a partir de metas. Por exemplo, eles decidem que precisam aumentar a venda de determinado papel. Bom, você tem que vender esses produtos, se não vende, no banco privado, você será demitido. No banco público tem o descomissionamento. O tempo todo tem essas cobranças e pressões por meta.”

Por fim, Ribeiro pediu que “as instituições financeiras cumpram seu papel social e que tenhamos políticas públicas para enfrentar esse grave problema, que atinge toda a sociedade, isso inclui maior investimento na saúde, diminuição da jornada para 4 dias e atendimento adequado para os trabalhadores.”

Fonte: Brasil de Fato 

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