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Ler/Dort: bancários adoecem 150 vezes mais

O dia 28 de fevereiro é marcado pela Prevenção às Lesões por Esforços Repetitivos (Ler) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort). A data, que busca conscientizar a população em todo o mundo, nos remete ao difícil cenário vivenciado pela categoria bancária, que adoece 150% a mais que a população em geral em relação às Ler/Dort, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Entre os anos de 2012 e 2017, foram contabilizados 24.514 afastamentos de bancários pelo INSS, sendo que, 12.678 foram diagnosticados com tendinites, bursites ou lesões no túnel do Carpo – ou seja, mais da metade dos afastamentos na categoria. Na base do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, nos últimos seis anos foram emitidas 310 Comunicações de Acidente de Trabalho relacionada às Ler/Dort.

Tudo isso é reflexo da alta cobrança por produtividade e a sobrecarga que se intensifica ano após ano com a redução dos postos de trabalho e o aumento da carga horária. Somente em 2019, aproximadamente 10 mil postos de trabalho foram extintos no setor bancário, sobretudo com a implantação dos planos de desligamento voluntário (PDVs) por diversos bancos, como a Caixa, BB, Itaú, Bradesco. Sem contar que, tantos afastamentos por doenças ocupacionais também tendem a gerar sobrecarga, uma vez que os bancos dificilmente contratam pessoas para trabalhar em substituição aos funcionários afastados.

De acordo com o Ministério da Saúde, as Ler/Dort representam a maior parte dos afastamentos, bem como os custos com pagamentos de indenizações, tratamentos e processos de reintegração à ocupação. Mas, nada disso parece atingir os banqueiros, que enxergam apenas os seus recordes em lucratividade e um governo conivente com tal postura.

Apesar da recomendação aos empregadores acerca do cumprimento da Norma Regulamentadora 17, que estabelece os parâmetros para adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, as metas abusivas e a exigência por melhores desempenhos não permitem que a NR 17 seja devidamente cumprida.

“Diante do grande quadro de bancários acometidos com doenças osteomusculares o banco deveria rever a sua postura quanto a cobranças abusivas e excesso de trabalho, pois tais doenças não têm cura e devem ter o tratamento seguido à risca, evitando o seu agravamento e até mesmo casos de invalidez. O bancário deve dar a devida importância ao diagnóstico, fazer o tratamento prescrito, entendendo que a saúde é o seu bem mais valioso e não deve ser moeda de troca para a alta lucratividade dos bancos”, afirma a diretora de Assuntos Jurídicos do SEEB/VCR, Sarah Sodré.

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