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Chefes das Forças Armadas ameaçam e tentam intimidar CPI da covid

Os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica participaram da elaboração da nota publicada ontem pelo Ministério da Defesa que tem por pretexto declarações do presidente da CPI, Osmar Aziz

Integrantes da cúpula das Forças Armadas prometem uma reação “mais dura”, caso a CPI da Covid volte a fazer citações a suspeitas de corrupção envolvendo militares. Membros das Forças ouvidos pela coluna de Bela Megale, no Globo, afirmaram que “não aceitarão serem desrespeitados” pela CPI.

Eles disseram ainda que as próximas manifestações podem ter respostas mais críticas. Eles não detalham, porém, quais respostas seriam essas. É um jogo de ameaças explícitas que merecem o repúdio das forças democráticas e da sociedade.

Não é possível esquecer que, quando no poder após o golpe de Estado de 1964, os militares cometeram toda sorte de crimes e arbitrariedades, inclusive a corrupção. Foram apeados do poder pelo povo, que saiu aos milhões às ruas pela democracia nas gigantescas manifestações pelas Diretas Já e no cortejo fúnebre de Tancredo Neves.

O Ministério da Defesa e os comandantes das três Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica) reagiram às declarações do presidente da CPI do Genocídio, Omar Aziz (PSD-AM), e soltaram a nota na noite de quarta-feira (7).

Durante o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, Aziz disse que alguns militares devem estar “envergonhados”. Os fatos dão razão ao senador amazonenses. Militares do governo Bolsonaro encastelados no Ministério da Saúde estão encharcados na corrupção, assim como o chefe do Executivo.

A CPI apura irregularidades na compra de vacinas que envolvem militares, como no caso de Dias, acusado de pedir propina em um jantar com a presença de um coronel da reserva do Exército.

Além disso, Dias, durante sua oitiva, atribuiu ao ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco, a responsabilidade na negociação de vacinas. Há ainda inúmeras evidências de irregularidades durante a gestão do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que é general da ativa.

A expectativa da cúpula militar é que, após a nota de ontem, integrantes da CPI se calem diante das evidências de envolvimento do general Pazuello, que mentiu o tempo todo em seu depoimento aos senadores, e outros oficiais inescrupulosos no chocante esquema de corrupção montado no Ministério da Saúde, que estão no centro das investigações.

Recentemente Bolsonaro substituiu o ministro da Defesa, que por sua vez indicou os atuais comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica que não só referendaram como também participaram da elaboração da nota publicada ontem pelo Ministério da Defesa. São pessoas fiéis e subservientes ao governo, que ignoraram a indisciplina de Pazuello e também não estão preocupados em preservar as Forças Armadas como instituição de Estado.

Personagens com DNA golpista, que ganharam relevância e poder no governo Bolsonaro e ainda são saudosos do regime militar que instituíram em 1964.

Fonte: CTB, com informações da Fórum

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