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Greve de caminhoneiros para o Brasil

Desde a última semana o Brasil vivencia uma enorme mobilização dos caminhoneiros. A greve, que teve início no dia 21 causando um grande impacto em todo país.
A participação de entidades patronais e a evidente falta de repressão dos donos das transportadoras aos funcionários de carteira assinada, que representam 59,6% dos transportes, levantou suspeitas de locaute, que acontece quando um grupo de empresas causa o travamento da economia para obter vantagens para seu setor. Contudo, foram os caminhoneiros autônomos, que realizam cerca de 39,4% dos transportes, que realizaram a maior pressão para obtenção de uma nova proposta do governo. Resta saber se os benefícios da paralisação serão repassados aos funcionários das empresas de transporte.
Após sete dias de paralisação e grande desabastecimento nos setores de combustível, alimentação, suprimentos médicos e implementos para o agronegócio, o presidente Temer apresentou uma nova proposta no domingo (27). Entre os pontos estão a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias e o reajustes no valor do combustível somente a cada 30 dias. Como tem feito desde que chegou ao poder, o governo atendeu apenas as pautas dos patrões e a proposição foi aceita pelos representantes de entidades patronais e da categoria, mas não encerrou as manifestações.
Em meio à indignação causada pela crise, um grupo oportunista está utilizando uma parcela menos esclarecida da sociedade e financiando atos que pedem a volta da ditadura militar. Contudo, o posicionamento não faz parte das pautas dos caminhoneiros e em nada tem a ver com o movimento dos trabalhadores.

Petrobras no centro da disputa
Esta semana, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) convocou uma paralisação de 72 horas a partir desta quarta-feira, exigindo a redução dos preços do gás de cozinha e combustíveis, por meio de mudanças na política de preços da Petrobras, e a saída de Pedro Parente da presidência da empresa.
A crise dos combustíveis demonstra a importância da Petrobras enquanto empresa pública e gerida pelos interesses nacionais. Dados divulgados pela estatal demonstram que, no balanço do primeiro trimestre, ela está perdendo espaço no mercado brasileiro por causa das importações. A companhia era responsável por 90% das vendas de gasolina no país em 2016, chegou a 77% em fevereiro deste ano. Em relação ao diesel, a participação caiu de 83% em 2016 para 64% em janeiro.
Além disso, a nova política de preços da Petrobras, elaborada pelo governo Temer, favoreceu amplamente as empresas externas. Ao alinhar os preços, os concorrentes da Petrobras agora preferem negociar grandes cargas de combustíveis de refinarias no exterior para revender no Brasil. O governo também criou uma Medida Provisória que estabeleceu a redução de tributos às petrolíferas estrangeiras na exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, significado uma renúncia de R$ 50 bilhões por ano.
“Enquanto o valor do combustível oscilar ao sabor do mercado internacional, favorecendo as importações em detrimento da produção nacional, estaremos entregando a Petrobras a preço de banana para uma iminente privatização. A alta do preço dos combustíveis gera um efeito cascata na elevação do valor de diversos bens de consumo, onerando cada dia mais toda a sociedade. A união, organização e mobilização dos caminhoneiros devem servir de exemplo às demais categorias profissionais para que se organizem e lutem contra os desmandes desse governo. O sentimento nacionalista não deve estar presente somente quando do início dos jogos da Copa do Mundo, mas, também, em defesa das empresas públicas”, afirma Sarah Sodré, diretora de Assuntos Jurídicos do SEEB/VCR.

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