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Não tem sentido! Caixa lucra mais, mas com redução do papel social e dos investimentos

De janeiro a setembro de 2018, a Caixa teve lucro líquido de R$ 11,5 bilhões, alta de 83,7% em 12 meses. Apenas no terceiro trimestre, foram R$ 4,8 bilhões, 122% a mais que no mesmo período de 2017. Na nota divulgada por conta do balanço, o banco se orgulha de ter superado o resultado projeto para o ano, de R$ 9 bilhões. É preciso, porém, destacar pontos que contribuíram para o desempenho, muitos deles ligados a prejuízos quanto à atuação da empresa.

“O lucro é importante, não há a menor dúvida. Mas isso tem sido obtido com a Caixa abandonando cada vez seu papel social e se aproximando do modelo dos privados como Itaú, Bradesco e Santander. Perde a população brasileira, que fica mais refém do mercado, e os empregados do banco, mais sobrecarregados, doentes e até amedrontados no dia a dia. Não tem sentido essa Caixa. Não é dessa Caixa que o Brasil precisa”, aponta o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Os dados endossam a afirmação do presidente da Fenae. Em setembro, a carteira de crédito ampla alcançou saldo de R$ 693,8 bilhões, redução de 2,6% em 12 meses. No primeiro semestre, a queda já havia sido de 2,9%. O terceiro trimestre de 2018 fechou com crescimento de 8,7% nas receitas com prestação de serviços, o que significa clientes pagando mais tarifas. Também houve queda de 7,1% nas despesas com pessoal, novamente com redução do número de empregados e agências.

Jair Ferreira alerta que a mobilização dos trabalhadores e da sociedade é fundamental. “Os planos do atual e do novo governo são para enfraquecer e fatiar a Caixa. Provas disso são o leilão da Lotex, o projeto para pulverizar a gestão do FGTS, Diretorias e Vice-Presidentes ocupadas por pessoas do mercado, a falácia de que o banco é um ‘cabide de empregos’, a previsão de um novo plano de demissão e aposentadoria ainda este ano. Mas assim como fizemos diante de todas as ameaças ao longo dos anos, faremos novamente. Não vamos aceitar a diminuição da Caixa”, diz.

Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração do banco, destaca que o papel da instituição no desenvolvimento tem sido desvalorizado. “Tudo isso colaborou para que a crise econômica e o desemprego se mantivessem altos. Afinal, quem investe de fato no país são as empresas públicas, sem isso não há desenvolvimento. Bancos privados são verdadeiras sanguessugas, ganham com a especulação, e não existe retorno para a sociedade”, frisa.

Para Rita Serrano, que também é da Diretoria da Fenae, é assustador ainda o fato de que parte da população, manipulada pela grande imprensa, avalie que o modelo privado é o ideal. “Com certeza é ideal, mas para o dono do banco, e não para um país carente como o nosso”, compara. Ela concorda que o momento é de resistência. “Vamos continuar defendendo a Caixa pública, sustentável e focada no desenvolvimento”, garante.

Não tem sentido

A Fenae lançou em outubro a campanha “Não tem sentido”. O objetivo é mobilizar empregados e sociedade em geral, mostrando que o banco precisa continuar 100% público, forte, social e a serviço dos brasileiros. Pelo www.naotemsentido.com.br, é possível enviar vídeos ou escrever depoimentos apoiando a iniciativa. Um manifesto foi divulgado por ocasião do lançamento da campanha.

No site já estão publicadas gravações de personalidades e dirigentes do movimento dos trabalhadores, entre eles Jessé de Souza, Luiz Gonzaga Belluzzo, Emir Sader, Gilberto Bercovici, Esther Dweck, Jair Pedro Ferreira, Sérgio Takemoto (vice-presidente da Federação) e Juvandia Moreira (presidente da Contraf-CUT). “Vídeos enviados por pessoas de todo o país estão ampliando nossa luta”, frisa o presidente da Fenae.

Acesse o site e participe!

Fonte: FENAE

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