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Se BB fosse privatizado seria mais eficiente, diz presidente do banco

O presidente do Banco do Brasil (BB), Rubem Novaes, afirmou que, de seu ponto de vista, a instituição seria mais eficiente se fosse privatizada. “O BB privatizado seria mais eficiente, ganhariam os funcionários, ganharia todo mundo”, disse, ao ser questionado sobre o assunto em entrevista a jornalistas. “Agora, não é essa a política do governo. É uma posição pessoal. Espero que se chegue um dia a essa conclusão.”

Novaes afirmou acreditar que o país não está preparado para essa ideia, mas disse que raciocina sempre levando em conta que a privatização “um dia” possa acontecer. “Meu objetivo é maximizar o valor do todo”, disse.

Segundo Novaes, fazer parcerias em determinadas áreas não significa que o banco irá perder receita. “Ao fazer a parceria, cria-se um bolo maior e a parcela desse bolo pode ser maior do que aquilo que se recebia na situação original. A parceria só faz sentido se está agregando valor, algo superior à situação pretérita”, disse.

O presidente do BB observou que continua sendo uma meta do banco se aproximar do retorno gerado pelos bancos privados, mas evitou estabelecer prazo para isso. “Temos essa ambição e estamos caminhando nessa direção”, afirmou.

Porém, disse que banco público tem mais entraves que os privados, e menos liberdade para tomar algumas decisões. “E isso atrapalha. O banco, se fosse privado, com a equipe que tem, teria um resultado melhor do que tem hoje”, afirmou.

Novaes afirmou também que não há decisão tomada sobre a necessidade de devolução dos instrumentos híbridos de capital e dívida (IHCD) ao governo. Caso o BB tenha de devolver esses recursos, tentará fazê-lo de forma parcelada e que não prejudique o planejamento futuro da instituição. “Se for necessário, temos condição de fazer, sem qualquer trauma”, disse. “Quando foi feito, foi uma política de crédito agrícola, e não para reforçar o capital do banco”, lembrou.

O vice-presidente de gestão financeira do BB, Carlos Hamilton, afirmou que a instituição avalia a possibilidade de emissão de dívida para compor capital, mas não há decisão tomada. Ele destacou que já há uma melhora significativa na avaliação dos ativos brasileiros no mercado internacional.

Rubem Novaes disse que não enxerga viés político ou ideológico no banco e que, apesar de ter chegado com a ideia de alterar a equipe, ao conhecer a alta direção, mudou de ideia. “Se houve o movimento de ‘petização’ do Banco do Brasil, eu acho que isso foi no passado mais remoto”, afirmou o executivo, durante coletiva de imprensa para a divulgação dos resultados.

De acordo com Novaes, quando lhe foi passada a responsabilidade de assumir a presidência do Banco do Brasil, sua intenção era de “mudar tudo”, mas no contato com a alta direção ele percebeu que a equipe não tinha “qualquer viés político e ideológico”, por isso manteve parte dos executivos.

Em relação à participação feminina no Banco do Brasil, ele afirmou que deseja que seja cada vez maior a quantidade de mulheres na gerência do banco e que, se tiver algum entrave, que seja eliminado. “Agora, não favoreço políticas de cota”.

Reforma da Previdência

O presidente do BB afirmou que poderá rever as projeções para o crédito neste ano – hoje inferiores às dos concorrentes privados – caso haja a aprovação de uma reforma da Previdência “muito boa” e a economia reaja.

Segundo Novaes, a expectativa atual, de expandir a carteira entre 3% a 6% neste ano, está em linha com o que o banco enxerga em termos de demanda. “Você pode levar um cavalo ao bebedouro, mas ele só bebe se quiser. Para o crédito, a mesma questão se apresenta”, disse. “Para aumentar o crédito de forma sadia, precisa haver demanda de empresários e consumidores.”

De acordo com ele, na projeção “modesta” do BB para o crédito, há de se considerar que no segmento large corporate muita coisa será transferida para o mercado de capitais.

O vice-presidente Marcelo Labuto negou que o banco esteja crescendo no crédito aquém dos pares privados. Segundo ele, as bases de largada são diferentes. “O BB nunca deixou de atender as necessidades do mercado, enquanto os concorrentes por ora saem, por ora retornam, o que faz com que as bases de largada sejam diferentes”, disse.

Labuto acrescentou que a carteira de micro e pequenas empresas, que encolheu no ano passado, ainda está na fase final de um processo de saneamento. “Quando a gente se compromete a crescer em MPE, depois de 15 trimestres de queda, significa que tenho de desembolsar o suficiente para cobrir as operações que estão saindo e ainda crescer”, disse. “Vou ter de crescer mais que o mercado.”

 

Fonte: Valor Econômico

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