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155 anos da CEF e o risco da privatização

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Na última terça-feira (12), a Caixa Econômica Federal completou 155 anos. Em sua história a CEF se consolidou como banco vital para os brasileiros, atuando na execução de políticas públicas, promovendo o crescimento econômico e social do país, além de ser um agente regulador do sistema financeiro, e isto só é possível graças a dedicação dos seus funcionários. Contudo, os bancários da Caixa têm sido prejudicados pela má administração de seus recursos e por Projetos de Lei que visam o enfraquecimento do banco.
Se no ano passado a mobilização dos trabalhadores forçou o governo a desistir da abertura de capital da empresa, este ano a luta deve ser intensificada por conta do Estatuto das Estatais. Está tramitando no Senado o PLS555/15, que é um texto substitutivo aos Projetos de Lei do Senado nº 167/2015, de Tasso Jereissati (PSDB-CE), nº 343/2015, de Aécio Neves (PSDB-MG), e ainda ao anteprojeto apresentado pelos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O texto visa transformar empresas que hoje são 100% pública e sociedade de economia mista – tais como Caixa, Banco do Brasil, Correios, BNDES e Petrobras – em sociedades anônimas, com ações negociadas na bolsa.
Além disso, o PLS 555 faz restrições a representação dos trabalhadores nos conselhos de administração das empresas, dificultando uma atuação pelo interesses dos trabalhadores.
“A Caixa completa 155 anos de existência em um momento onde está para ser votado em Brasília o PLS 555/15. Este projeto é uma manobra de políticos corruptos para privatização dessa entidade centenária, com isso visando obter vantagens futuras, já que a Caixa serve de norteio para a economia no sentido de frear a ganância dos banqueiros ao praticar juros menores. Temos que estar atentos e preparados para manifestarmos contra tamanho absurdo que é o Estatuto da Estatais”, compreende o funcionário da CEF e Secretário Geral do SEEB/VCR, Davi Nogueira.

Funcef na Lava Jato
As ingerências do governo na CEF também prejudicam a instituição. Os investigadores da Operação Lava Jato afirmam que conversas obtidas no celular do ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho (conhecido como Léo Pinheiro) indicam a participação do ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, na mediação de negócios entre o fundo de pensão e a empreiteira. Segundo informações, após Pinheiro afirmar em mensagens que precisaria de “JW na aprovação final” de um transação, a diretoria executiva da Funcef aprovou a compra de cotas de até R$ 500 milhões em um fundo da OAS.
A compra de ações da OAS não foi o único prejuízo da Funcef nos últimos anos: as perdas com ações da mineradora Vale geraram um déficit de R$ 4 bilhões. Além disso, o fundo investiu outros R$ 1,3 bilhão na Sete Brasil, empresa responsável pela gestão de sondas do pré-sal, que também está sendo investigada pela Operação Lava Jato. Por essas e outras, a Funcef vem apresentando déficit desde 2011, e, somente nos últimos três anos, acumula o prejuízo de R$ 5,5 bilhões.
Em nota, o diretor da Funcef, Carlos Augusto Borges, afirmou que não usou o cargo para favorecer o ex-diretor da OAS ou qualquer integrante de qualquer partido político.
É importante que a investigação seja aprofundada para preservar o patrimônio dos funcionários e a imagem da Caixa Econômica.

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