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1º de maio: movimento sindical defende bandeiras de luta por um Brasil mais justo

O 1º de Maio unificado da CUT e demais centrais sindicais em São Paulo, realizado no estacionamento da Neo Química Arena (estádio do Corinthians em Itaquera), levou à classe trabalhadora as principais bandeiras de luta no Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, cujo tema deste no é “Por um Brasil mais justo”.

A pauta em 2024 inclui emprego decente, correção da tabela de Imposto de Renda, juros mais baixos, valorização do serviço e dos servidores e servidoras públicos, salário igual para trabalho igual e aposentadoria digna.

A vice-presidente nacional da CUT, Juvândia Moreira, reforçou que este 1° de Maio foi uma data “importante para que as pautas da classe trabalhadora ganhassem ainda mais visibilidade”.

Afirmou também que o movimento sindical agora tem uma missão importante. “Saímos daqui com a tarefa de fazer uma grande marcha para que as pautas tenham seguimento, levar para Brasília e dialogar com o parlamento, mas para dialogar também com a sociedade brasileira”, disse Juvândia, se referindo à articulação de uma marcha das centrai sindicais e movimentos sociais, no dia 22 de maio.

Durante o ato, lideranças das CUT e das demais centrais, de movimentos sociais, além de lideranças políticas destacaram os motivos pelos quais essas bandeiras são importantes para os trabalhadores e as trabalhadoras.

Trabalho decente

Para o Secretário-Geral da CUT Nacional, Renato Zulato, a defesa do trabalho decente. , ou seja, com condições dignas de trabalho, direitos e renda é fundamental.

“Neste dia, em defesa da democracia, com a presença de Lula no 1° de Maio unificado das Centrais, o emprego decente é bandeira fundamental. Significa redução de jornada, registro em carteira, estamos fazendo a luta pela regulamentação da categoria dos motoristas por aplicativos, ou seja, a CUT defende desde a sua fundação a classe trabalhadora com direitos garantidos, salário digno e liberdade de organização e sindicalização”, disse o dirigente.

“Não tem democracia se não tiver trabalho decente nesse país”, afirmou Zulato, citando também as outras bandeiras de luta neste ano como a igualdade salarial entre homens e mulheres”, concluiu.

O presidente do Conselho Nacional do Sesi e ex-presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas, também destacou o tema como pauta prioritária.

“É necessário para o desenvolvimento do país. Um trabalhador respeitado produz mais. Precisamos aumentar nossa produção e não tem como fazer isso sem direitos e trabalho decente”, disse.

Freitas ainda reforçou a importância da atuação dos sindicatos na defesa dos direitos da classe trabalhadora. “Sem os sindicatos e as centrais sindicais não existe democracia. Não existe trabalho decente e liberdade sem sindicatos. Não existe defesa da democracia sem sindicatos”, afirmou.

Serviço público e servidores

A defesa dos servidores e servidoras e do serviço público também é pauta de  destaque neste 1º de maio. A secretaria de Formação da CUT, Rosane Bertotti, reforçou que a valorização do serviço público e dos servidores de todas as esferas é uma pauta central da CUT.

“Cada vez que o trabalhador precisa de políticas públicas, vai atrás da aposentadoria, precisa de atendimento na saúde, é o servidor que atende”, disse a dirigente. Por isso, ela considera que “valorizar o serviço público e os servidores é valorizar a classe trabalhadora como um todo”.

Rosane diz ainda que a valorização do setor passa pela regulamentação da organização sindical e negociação coletiva e da realização de concursos públicos “para que tenhamos profissionais qualificados no atendimento à sociedade”, enfatizou.

Sobre o mesmo tema, a deputada estadual (PT-SP) e segunda presidenta do Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel de Azevedo Noronha, a professora Bebel, afirmou que não se trata apenas do assédio moral sofrido pelos servidores públicos nas repartições.

A valorização, ela diz, é urgente. “Estamos na ponta garantindo políticas de saúde, educação, moradia e transporte. Não é uma bandeira corporativa. Ela estende para toda a sociedade que clama por políticas públicas e os servidores têm papel fundamental na concretização dessas pautas”, disse Bebel.

Taxa de juros

A alta taxa básica de juros do Banco Central, a Selic, tem sido alvo de protestos do movimento sindical e de movimentos sociais. A conduta da instituição, que é independente e toma decisões próprias, à revelia do governo, de manter a taxa em patamares altos (hoje a taxa é de 10,75% ao ano) impacta negativamente nos trabalhadores e no desenvolvimento o país, já que o crédito fica mais caro.

Dessa forma, a classe trabalhadora sofre, por exemplo, com os altos juros dos financiamentos, cartões de crédito e outras dívidas, assim com o setor produtivo que também é impactado e deixa de fazer investimentos e, portanto, deixa de gerar empregos – uma bola de neve.

A vice-presidenta da CUT São Paulo e presidenta do Instituto Lula, Ivone Silva, falou ao portal da CUT sobre redução da taxa de juros no país.

“Fizemos campanhas durante todo o ano passado exigindo a redução de juros. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, boicota o governo federal mantendo a taxa alta. Wuem paga o preço é a classe trabalhadora”, disse Ivone.

A manutenção da taxa de juros em patamares elevados pelo Banco Central foi destacada pelo secretário de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle, como luta a ser destacada.

“Hoje é um dia de grande comemoração, mas também de reforçar que, infelizmente, o Banco Central mantém juros em patamar alo e isso é prejudicial à classe trabalhadora que tem dívidas, cartão crédito e sofre na pele os efeitos das altas taxas”, disse Valeir.

Ele ainda reforçou que o país tem apresentado índices positivos como geração de emprego e queda da inflação e que não há justificativa para que o Banco Central mantenha a Selic alta como está – hoje, em 10,75% ao ano.

“Baixar mais os juros é fundamental para haver mais crédito, mais investimentos, mais empregos, renda e, portanto, melhores condições de vida aos trabalhadores”, pontuou.

Igualdade salarial

A luta por igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem as mesmas funções também foi destacada por Ivone Silva como uma luta a ser travada diariamente.

“Temos várias pautas nesse dia, mas a luta pela igualdade salarial é crucial. É uma lei que querem derrubar porque patrões dizem que não dá para pagar o mesmo salário. Com isso, eles querem dizer que nós mulheres somos inferiores. Queremos igualdade, sim. É um projeto importantíssimo que Lula fez e que pelo qual nós brigamos bastante”, disse Ivone.

Isenção do IR

Outra bandeira importante de luta da classe trabalhadora é a correção da tabela do imposto de renda que desde 2015, ano anterior ao golpe contra Dilma Rousseff, não era corrigida. Somente com Lula de volta à presidência da República que a tabela foi corrigida, para que quem tem renda de até dois salários mínimos (R$ 2.840), não pague imposto. Lula prometeu que até o fim desse seu terceiro mandato quem tem renda de até R$ 5 mil fique isento da mordida do leão.

Para o economista e diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos e Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Jr, o debate da política pública passa pela discussão tributária.

“Esse é um ponto importante porque nós estamos tendo que colocar recursos na mão do trabalhador e, de alguma forma, a gente corrigir as distorções que nós temos no nosso sistema tributário é uma forma de se garantir mais serviço público. Quem tem que pagar imposto são os mais ricos”, defendeu.

População LGBTQIA+

A defesa dos direitos da classe trabalhadora passa, necessariamente, pela defesa de condições inserção no mercado de trabalho para populações que, historicamente, sofrem discriminação. Entre elas, além de mulheres, população negra, pessoas com deficiências e outros segmentos, está a população LGBTQIA+.

O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no planeta e essa violência se reflete também no mercado de trabalho, explicou o secretário da pasta LGBQTIA+ da CUT Nacional, Valmir Siqueira.

“Lutamos também neste dia para que aquelas pessoas LGBTQIA+ que são mais discriminadas, como gays afeminados, lésbicas masculinizadas e pessoas trans tenham o devido e merecido respeito no mercado de trabalho”, disse o dirigente.

Ao lembrar que é resolução congressual da CUT representar o conjunto da classe trabalhadora, e neste rol, estarem incluídas essas populações que, em geral estão na informalidade, Valmir ressaltou o papel da Central por meio da secretaria e dos coletivos estaduais LGBTQIA+.

“A luta é para que tenham dignidade e respeito. São pessoas que não conseguem emprego decente, promoção, cargos e sofrem violência diariamente nos ambientes laborais”, pontuou.

Movimentos sociais contra a extrema direita

Presidente da Coordenação dos Movimentos Populares, a CMP, Raimundo Bonfim, falou sobre os avanços da classe trabalhadora no último ano. Ele lembrou que que o ano passado no ano, primeiro ano do governo Lula, “quase 20 milhões de pessoas saíram da fome”.

Ao ressaltar os movimentos populares, Bonfim citou a retomada de programas sociais nos últimos tempos. “Retomamos e digo, nós, porque elegemos Lula contra a extrema direita e o fascismo. E temos que mostrar nossas conquistas, retomada do emprego, da renda, programas sociais como mais médicos, agricultura familiar, o bolsa família, políticas para as mulheres, o combate ao racismo”, disse.

Governo dos trabalhadores

Liderança do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras sem Terra (MST), Gilmar Mauro, trouxe em seu discurso a reflexão de que temos um governo eleito pelos trabalhadores. Ao citar as ocupações feitas pelo movimento no mês passado, conhecido como Abril Vermelho, Gilmar ressaltou o papel de luta dos movimentos populares.

“Tem gente dizendo que a direita está forte. É verdade, mas nós, os movimentos populares surgimos durante  a ditadura enfrentando o regime. Enfrentamos o golpe contra Dilma Rousseff, fomos para as ruas enfrentamos o fascismo, e elegemos Lula. Esse governo é nosso. Precisamos a unidade entre nós e unidade e ação. É preciso sair às ruas.

Marcha em 22 de maio

O secretário de Administração e Finanças da CUT, Ariovaldo de Camargo, nesse sentido, falou sobre a organização de uma grande marcha da classe trabalhadora a Brasília, no dia 22 de maio.

“Vamos cobrar questões que ainda não foram resolvidas. É certo que já houve mudanças significativas como a valorização do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda, a proposta de regulamentação da categoria dos motoristas por aplicativos, ou seja, um grande passo para recuperarmos o que foi destruído pelos golpistas”, disse Ari.

“É um governo de reconstrução e nós buscamos isso junto ao governo – refazer o que foi destruído”, afirmou o dirigente citando ainda que a CUT, centrais e movimentos também defendem o fim da guerra da Ucrânia e atua em defesa do povo palestino contra o genocídio promovido pelo governo de Israel.

Fonte: CUT.

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