A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, homologou as 77 delações premiadas de executivos da Odebrecht no âmbito das Operação Lava-Jato. Ela manteve, contudo, o sigilo do conteúdo das delações.
Cármen Lúcia tomou a medida na qualidade de plantonista durante o recesso do Judiciário. Esse trabalho de homologação estava a cargo do ministro Teori Zavascki, morto em um desastre aéreo neste mês no litoral fluminense.
A homologação dá validade jurídica às delações, que agora podem servir de base para investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
À tarde, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, evitou comentar a decisão da ministra. "Não é hora de falar nada", limitou-se a dizer, ao ser abordado por jornalistas ao sair de reunião no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em Brasília. Em seguida, Janot se reuniu com Cármen Lúcia no Supremo, para tratar das delações da Odebrecht.
Cármen Lúcia passou o sábado na sede do Supremo em Brasília trabalhando nas homologações.
Na sexta-feira, a equipe de juízes auxiliares de Teori concluiu audiências com os executivos que fizeram as delações.
A expectativa é que essas delações contenham revelações sobre esquemas de corrupção envolvendo os governos de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer, incluindo o próprio presidente e centenas de outros políticos.
Fonte: Valor Econômico.