Ao realizar trabalhos pela base, os diretores do SEEB/VCR Alberto Rocha, Alex Leite, Arnaldo Prates e Carlos Alberto Gonçalves estiveram em agências do BB que sofreram ataques e ainda não foram regularizadas.
Em Itarantim, a explosão aconteceu no dia 10 de novembro de 2016 e, segundo a administração local, a previsão para conclusão da reforma é de mais 60 dias. A agência permanece com atendimento contingenciado após laudo de segurança emitido pelo engenheiro do banco. Mesmo com estrutura precarizada e equipamentos quebrados, bancários passaram um mês atendendo sem impressora e com entulhos pendurados no teto. Por conta de uma porta de tapume, o sistema de segurança dispara a todo momento, tornando necessária a ida de um funcionário, mesmo fora do expediente, para desarmar o alarme. A população tem buscado atendimento em Itapetinga, a 70 km. “Sou cliente do Banco do Brasil desde sua inauguração, e a explosão afetou demais a cidade em geral. Os funcionários têm boa vontade e tudo, mas eles não têm o que fazer com a agência desse jeito. Eu tive problema para pagar um boleto porque não consegui atendimento no dia do vencimento”, destaca o produtor rural João Milton. O atendimento, que está precário não tem perspectiva de melhorar mesmo após a reforma, pois, com a reestruturação, o banco reduziu de nove para sete o número de funcionários.
A explosão em Mortugaba, no dia 6 de julho do ano passado, comprometeu toda estrutura, impedindo até o atendimento contingenciado. Oito meses depois, a reforma da agência ainda não foi finalizada e está sendo aguardada a chegada do cofre e da porta giratória. A população passou a ser atendida em Jacaraci, a 23 km, que, em seguida, também foi alvo de explosão. Dois bancários foram deslocados para o BB/Jacaraci e outro para Licínio de Almeida, município situado a 48 km de distância.
No dia 10 de outubro, bandidos atacaram também o Banco do Brasil de Jacaraci. O banco decidiu manter a agência aberta, com o funcionamento contingenciado e a responsabilidade pelos clientes de Mortugaba. Hoje, a população, tanto de Jacaraci como de Mortugaba, precisa se deslocar por 25 km, até Licínio de Almeida, para efetuar saques, pois a Casa Lotérica e a Caixa Postal dos Correios não estão conseguindo atender a demanda. “Está uma dificuldade terrível para conseguir pegar dinheiro, a gente tem que ir para a fila nos Correios às 2h da manhã e, ainda assim, corre o risco de, na sua hora, não ter mais dinheiro e você ter que esperar alguém fazer pagamento para poder sacar”, reclama Maria de Lurdes, aposentada de Jacaraci. Um bancário de Jacaraci foi deslocado para ajudar a atender a população em Licínio.
A agência de Abaíra segue fechada desde a explosão no dia 1º de agosto de 2016. Recentemente chegou uma impressora e o sistema de alarme, mas ainda não há previsão para a reforma e reabertura. “Desde que houve esse roubo, a população está sendo bastante prejudicada, precisando se deslocar, e é muito mais difícil para os aposentados. Falta investimento para combater essa violência na região. Acontece um assalto e parece que eles já sabem que vão ficar impunes, porque nem se preocupam muito com o que estão fazendo”, ressalta Leonardo Novais, morador de Abaíra.
Jussiape, em dois anos, sofreu duas explosões. A última ocorrida no último dia 12 de dezembro. Até o momento não há previsão para a reforma e reabertura. Os funcionários do banco passaram a atender em Rio de Contas, um dos bancários precisa se deslocar 90 km diariamente para chegar no novo posto de trabalho. “Ninguém nem apareceu na agência para fazer o orçamento da reforma. Está muito difícil para nós, funcionários, que estamos todos os dias na estrada. Não temos como utilizar o transporte público por conta do horário e a ajuda de custo que o banco oferece não custeia o gasto de vir de transporte particular”, aponta a bancária Miriam Silva.
O Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região tem se mobilizado para buscar um posicionamento do banco. “As condições de trabalhos às quais os bancários estão submetidos são as piores possíveis. O banco emite um laudo de segurança, porém, nas agências, o que temos são bancários trabalhando embaixo de tetos destruídos, em meio a entulhos, equipamentos quebrados. Além disso funcionários precisam viajar diariamente, correndo risco de sofrer acidentes. Diante deste cenário, o Sindicato entrou em contato com a Superintendência Estadual do Banco do Brasil para agendar reunião e cobrar maior agilidade na resolução dos problemas das agências da nossa base”, conclui Larissa Couto, vice-presidente do SEEB/VCR.