As notícias de explosões a banco já se tornaram corriqueiras. Em 2016, foram 98 casos de ataques a banco na Bahia, destes, 70 aconteceram no interior, colocando em risco a vida da população que vira refém desta violência. No primeiro trimestre deste ano, já foram registrados 21 ataques. Neste cenário, bancários sofrem com a precarização do trabalho, assim como clientes e população, com a suspensão dos serviços oferecidos pelos bancos.
A luta por mais segurança é uma pauta histórica da categoria que sofre diariamente com o risco de sequestros, assaltos e explosões. Mesmo assim, os banqueiros não avançam nos investimentos nesta área. Por compreender que essa é uma questão também de responsabilidade do estado, o Sindicato os Bancários de Vitória da Conquista e Região já cobrou do governador Rui Costa investimentos em segurança púbica, realizando atos e entregando ofícios com as reivindicações da categoria.
Apenas na base do SEEB/VCR, cinco agências do Banco do Brasil – Itarantim, Jacaraci, Mortugaba, Jussiape e Abaíra – estão sem funcionamento ou com atendimento contingenciado em decorrência de ataques. Somado a isso, o BB passou, recentemente, por uma reestruturação que implicou no fechamento de agências e na redução de postos de trabalho.
A demora na reforma das unidades causa impacto à economia local. “Quem sofre com isso é a população. Os bancos ganham muito dinheiro todos os anos, não deveriam demorar tanto tempo para realizar os consertos. Para nós, comerciantes, o impacto foi muito negativo desde a explosão. Isso tem interferido na geração de emprego, há muita gente fechando as portas em decorrência desses bancos permanecerem fechados por tanto tempo. Nossas vendas caíram em torno de 50%, a população, tanto de Mortugaba quanto Jacaraci, precisa ir sacar dinheiro em Licínio de Almeida e isso tem feito com que o dinheiro fique por lá”, desabafa Antônio Carlos, comerciante do município de Jacaraci.
Para o presidente do SEEB/VCR, Paulo Barrocas, as instituições financeiras e o estado são omissos. “Os bancos públicos ou de economia mista, como o BB, possuem um papel social. No entanto, isso tem sido deixado de lado na busca pela alta lucratividade. Os clientes se deparam com o descaso dos bancos em relação, por exemplo, a melhorias nas estruturas e mais contratações de bancários. Já os funcionários que permanecem trabalhando nas agências explodidas em regime de contingenciamento, são cobrados com as mesmas metas abusivas que tornam impossível prestar um serviço de qualidade à população. É necessária uma intervenção imediata do governo para solucionar estes problemas”, denuncia.
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