Por Paulo Barrocas, presidente do SEEB/VCR.
A greve do dia 28 mostrou claramente que os trabalhadores estão posicionados contra as reformas propostas pelo governo golpista e seus aliados, que querem acabar com direitos conquistados democraticamente. A greve cumpriu seu papel de avisar que o povo não aceita pagar a conta da crise e da corrupção, que tornam a vida dos que dependem do trabalho ainda mais injusta.
As redes de televisão em suas coberturas tentaram passar uma narrativa de que foi uma greve de poucos. Mas greve não é show e muito menos comício. Seu objetivo é parar a produção e isso foi atingido em sua plenitude. A grande mídia, como já era de se esperar, só mostrava pequenos grupos de manifestantes nas ruas para passar a ideia de que a greve não deu certo, colocando cenas de brigas para dizer que eram baderneiros de sindicatos, que nada tinham a ver com o trabalhador e que só transtornavam a vida nas cidades.
O que houve foi uma tentativa de criminalizar os movimentos sociais e quem se manifesta contra o maior ataque aos direitos sociais e trabalhistas da nossa história. Essa cobertura da greve deixou claro, para quem ainda tinha dúvida, que as redes de televisão defendem abertamente essas reformas vergonhosas, que não darão espaço para o contraditório, para que os trabalhadores possam defender seus direitos e que ainda têm lado, e esse lado não é, com certeza, o do trabalhador.
Precisamos resistir a todo custo contra a retirada de direitos. Vamos resistir e mostrar que essa narrativa que a mídia golpista tenta passar, de que essas reformas são para melhorar o país, é pura mentira e que só visa aumentar o lucro das grandes empresas e entregar o patrimônio do povo para a iniciativa privada.