O governo Temer limitou o quadro permanente de funcionários do Banco do Brasil em 106.659 trabalhadores, sendo que esse número terá de baixar para 106.186 até dezembro de 2018. A medida, publicada em portaria do Ministério do Planejamento, é uma forma de assegurar que o BB não reponha os 9.900 funcionários desligados através do PEAI (Programa Extraordinário de Aposentadoria Incentivada). Outra portaria do Ministério do Planejamento também limitou o quadro da Infraero em 10.880 trabalhadores.
Segundo o secretário de Coordenação e Governança das Estatais do Ministério do Planejamento, Fernando Soares, “as estatais têm que melhorar seus resultados e aumentar sua eficiência. Para isso, o melhor caminho é atacar a folha de pagamento”.
“A justificativa para limitar o quadro é absurda. O caminho para aumentar a eficiência não é o corte de postos de trabalho, e sim condições de trabalho adequadas e contratação de funcionários para reduzir a sobrecarga e melhorar o atendimento. Essa medida é parte do desmonte promovido pelo governo Temer no BB, que diminui o papel da instituição para o desenvolvimento do país como banco público, prejudicando bancários, população e o país”, critica o diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil João Fukunaga.
O dirigente lembra que, somente com o que arrecada com tarifas, o BB cobre em 115% suas despesas com pessoal, relação que cresceu 13,5 pontos percentuais entre março de 2016 e o mesmo mês deste ano.
“O BB não está na liderança de reclamações de clientes ao Banco Central por culpa dos funcionários. A responsabilidade é da direção, que sob ordens do governo federal promove essa reestruturação absurda que, além de cortar milhares de postos de trabalho, fecha centenas de agências. O resultado é uma sobrecarga de trabalho desumana e um atendimento cada vez mais precarizado”, acrescenta o diretor do Sindicato.
CORTES
Em 12 meses, o BB cortou 9.900 postos de trabalho. Desses, 658 foram no 1º trimestre deste ano. A redução se deve ao Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI), lançado em novembro de 2016 no âmbito da reestruturação imposta pela gestão Cafarelli, sob ordens do governo Temer. No mesmo período, foram fechadas 551 agências.
Por outro lado, segundo dados do próprio banco, a base de clientes aumentou em 1,354 milhão. No 1º trimestre de 2016 cada bancário de agência atendia em média 439 contas correntes, enquanto que neste ano esse número cresceu para 554 contas correntes por trabalhador, aumento de 115 contas em doze meses.
“O BB, assim como outros bancos públicos e demais estatais, está sob intenso ataque pelo governo Temer. Um governo que, além de pretender implodir a CLT e acabar com a aposentadoria pública, também promove um acelerado desmonte do Estado brasileiro. Os bancários e a sociedade brasileira não vão aceitar a dilapidação desse patrimônio”, conclui Fukunaga.