Desde a última quarta-feira (17), a atenção dos brasileiros se voltou a conversas telefônicas obtidas por meio da delação premiada dos donos da JBS, Joesley Batista e o seu irmão Wesley, na Operação Greenfield, em que a Polícia Federal investiga desvio dos fundos de pensão, bancos públicos e estatais. O empresário, que diz ter pago R$ 400 milhões em propina para políticos e servidores e financiou, por meio da JBS, campanhas de 36% da atual bancada do Congresso Nacional.
Com as informações reveladas durante a Operação e acusações de prevaricação, obstrução de Justiça e violação do dever de sigilo funcional, o STF autorizou abertura de inquérito para investigar Temer. Aécio Neves também foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário, dinheiro que teria sido entregue a um primo do, agora, ex-presidente do PSDB. O senador foi afastado do cargo e sua irmã, Andrea Neves, presa. O dono da JBS revelou também ter aberto contas no exterior para Lula e Dilma, durante seus mandatos como presidentes, cujo saldos somariam cerca 150 milhões de dólares, com objetivo de obter apoio do BNDES à internacionalização do grupo. O empresário ainda pagava propina ao procurador da República Ângelo Goulart Villela, do TSE, para atuar como agente duplo dentro da Procuradoria da República, passando informações sobre as investigações a seu respeito. Goulart foi preso pela PF e exonerado da função eleitoral pelo Procurador-Geral.
“Os atuais acontecimentos na esfera política paralisam o país e deixam ainda mais claro para população que as reformas trabalhistas, Previdência e terceirização têm um interesse único: aumentar o lucro dos grandes empresários, que agora cobram dos políticos a conta recebida das propinas. As graves denúncias contra Temer precisam ser investigadas, pois estas tornam insustentável a permanência de seu governo. Diante disso, a classe trabalhadora precisa continuar ocupando as ruas contra as reformas e por eleições diretas”, aponta Paulo Barrocas, presidente do SEEB/VCR.
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