Funcionários do Banco Itaú se reuniram, nesta quarta-feira (7), no Hotel Braston, em São Paulo, para debater os assuntos que envolvem a classe trabalhadora diante da conjuntura política e econômica atual. Os trabalhadores se dividiram em três grupos para definir estratégias sobre emprego, saúde e condição de trabalho e impactos das novas tecnologias.
O presidente da Contraf, Roberto von der Osten, iniciou o debate ao reafirmar a importância da luta pelo emprego. “Temos um desafio, nossa COE (Comissão de Organização dos Empregados) vai começar a fazer o debate do centro de realocação e qualificação. É uma tentativa para evitar que o banco continue fazendo o que ele faz hoje. Quando um setor evolui tecnologicamente e as pessoas não tem conhecimento, o banco demite os trabalhadores para contratar novos. Estamos tentando a recolocação ou qualificação das pessoas para que possam permanecer no emprego. Nossa luta é por emprego.”
O grupo de trabalho aproveitou a carta enviada pelo Banco Itaú a todos os trabalhadores, no dia 19 de abril, para apresentar novas propostas a serem utilizadas nas próximas negociações. Na carta, o banco manifesta interesse na discussão sobre jornada de trabalho, bem como finais de semana, escalas de folga, intervalo de descanso e refeição, intervalo mulher e jornada flexível.
Para Adriana Nalesso, presidente do Sindicato dos Bancários do RJ e uma das coordenadoras da mesa, há uma pressão do banco para colocar em pauta as mudanças da Reforma Trabalhista. “O Itaú apresentou a pauta sobre as ações coletivas e destacou que deve ser priorizado o dialogo antes do ajuizamento nas ações em andamento. ”
Na carta ainda, foram citadas questões sobre condições de trabalho como ambiente e readaptação, e o perfil do bancário de acordo com as novas tecnologias. Segundo Jair Alves, coordenador da COE do Itaú, a importância do debate é tirar uma frente de ações. “Temos que pensar numa estratégia para combater as demissões que estão acontecendo no banco ao mesmo tempo em que se discute também a Reforma Trabalhista”, afirmou.
Com os avanços tecnológicos, muitas agências se tornaram digitais e isso dificulta o acesso dos sindicatos aos locais de trabalho. “Queremos discutir a jornada de trabalho dos profissionais das agencias digitais e as condições de trabalho. Recebemos sempre vários relatos desses setores de que há excesso de jornada e adoecimento dos trabalhadores”, revelou Jair Alves.
O grupo de trabalho de Saúde do Itaú foi criado há 9 meses e discutiu pontos importantes que interferem na vida do trabalhador como: retorno ao trabalho e abertura de CAT “Já tivemos muitos avanços nos assuntos em nossas negociações com o banco e agora vamos focar na discussão da clausula 57”, explicou Jair Alves.
O encontro dos funcionários do Itaú continua nesta quinta-feira (8).