O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro (BancaRio) vem denunciando o desmonte sistêmico que o governo golpista de Michel Temer (PMDB) promove desde 2016 à soberania nacional.
No caso do Banco do Brasil (BB), a situação se acentuou com a contratação da empresa Falconi Consultoria de Resultados, sem processo de licitação, no ano passado, para auxiliar na “reestruturação” do banco público.
O Conselho Administrativo desta empresa é composto por Pedro Moreira Salles, dono do maior banco privado brasileiro, o Itaú Unibanco. Ele também é diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Apesar de não declarada, a estratégia do governo demonstra a intenção de desconstruir o papel econômico e social dos bancos públicos, na avaliação de Rita Mota, dirigente do BancáRio e membro da Comissão de funcionários do Banco do Brasil.
“O impacto é principalmente nos programas sociais. Os bancos públicos têm um papel diferenciado para a sociedade. O Banco do Brasil é, por exemplo, o que financia a agroindústria, a produção de alimento. Assim como a Caixa Econômica Federal financia moradia e infraestrutura, o Minha Casa, Minha Vida”, afirma a dirigente.
Mota também fala sobre a ‘primeira fase’ da reestruturação que culminou no fechamento de 402 agências, a extinção de 9.400 postos de trabalho e reduções de salários de mais de 4 mil funcionários:
“A privatização pode se dar de várias formas, não necessariamente é a venda total do banco, mas a venda de setores do banco. Muitos bancos estaduais, por exemplo, venderam a parte lucrativa e a não-lucrativa ficou para o Estado”, relembra.
O desmonte gradual dos bancos públicos realizado por Temer se assemelha a política de privatizações promovidas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, entre os anos de 1995 e 2003, período que ficou conhecido como a maior era das privatizações do Brasil. Durante o mandato, FHC desestatizou diversas empresas como a Vale do Rio Doce, o Banespa e venda de ferrovias e rodovias na região sudeste.
Fonte: Brasil de Fato