Com o avanço cada vez maior da tecnologia, os processos laborais nas instituições financeiras passam a utilizar mais equipamentos digitais nas execuções das tarefas diárias realizadas por seus funcionários. Sem nenhum controle para prevenir as doenças provocadas pelo uso exagerado e inadequado destes dispositivos e obrigada a aumentar a produtividade e os lucros pelas cobranças excessivas, a categoria bancária tem sido a principal vítima dos abusos dos patrões.
Sem nenhum constrangimento, os bancos se recusam a reconhecer a sua culpabilidade na epidemia das Ler/Dort que atingem números alarmantes. A demissão de bancários, mesmo com a comprovação da doença, a falta de emissão da Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) e a ausência das políticas de prevenção têm obrigado aos trabalhadores a recorrer a medidas judiciais para conseguir que seus direitos sejam respeitados. Sem a prevenção, os trabalhadores passam a depender da Previdência Social para obter algum benefício durante o tratamento. Como não existe nenhuma cobrança do governo ou dos órgãos de fiscalização, a exemplo do Ministério do Trabalho, para que os bancos cumpram as exigências que reduzam a exposição dos trabalhadores às doenças ocupacionais, os bancos continuam com as práticas abusivas que provocam estas enfermidades.
Um passo fundamental é a consciência do trabalhador, que não pode esconder a doença com medo de ser perseguido ou discriminado. A busca pelo diagnóstico e tratamento tem que ser imediatamente ao sentir qualquer desconforto relacionado à execução e ao ambiente de trabalho. Porém, somente os bancos podem estancar esta epidemia, respeitando as relações de emprego e promovendo um ambiente saudável para que o trabalho seja executado dentro das condições mínimas de salubridade e sem as absurdas cobranças por produtividade – que só agravam este quadro já deplorável. Vamos à luta por uma vida saudável.