Terrorismo é “o uso de violência, física ou psicológica, através de ataques localizados a elementos ou instalações de um governo ou da população governada, de modo a incutir medo, pânico e assim obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o círculo das vítimas, incluindo o resto da população do território”. O atentado que provocou a morte da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes não foi o primeiro ato terrorista praticado contra aqueles que se rebelam contra a ordem econômica instituída.
A violência também foi a forma de tentar calar várias outras pessoas que se colocaram na defesa de um país mais justo. Chico Mendes e Márcio do MST/BA são apenas alguns dos nomes que padeceram por lutar pelo direito de viver em um país que respeitasse a todos. Apenas em 2017, segundo a Comissão Pastoral da Terra, foram 65 mortes envolvendo conflitos no campo. Se a população já se sentia atemorizada com os índices de violência e impunidade cotidiana, que atinge principalmente os menos favorecidos socialmente, a intimidação ainda será maior depois que Marielle sair do foco midiático, ou acontecer outro atentado.
A ordem que mantém os pobres e miseráveis como reserva de mercado do capitalismo dominante é a mesma que mantém os políticos como proprietários e funcionários das organizações criminosas, que diariamente saqueiam, por meio da corrupção, as possibilidades de se construir um país com dignidade e respeito. Precisamos reagir, enfrentar o medo, ou viveremos cada vez mais sitiados pelos criminosos que se escondem atrás das fardas, dos presídios, do Legislativo, Executivo e Judiciário.