Na manhã da última terça-feira (20), diretores do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região foram ao Ministério do Trabalho e Emprego para formalizar denúncias de casos de descumprimentos de regimento de trabalho.
Bancárias e bancários do Banco do Brasil da base territorial do Sindicato estão expostos a condições de trabalho inadequadas nas agências de Itapetinga, Iguaí, Poções, entre outras. Depois de realizar cobranças junto à Superintendência Regional do BB, sem avanço na solução dos problemas, o caminho agora foi a formalização da queixa na subdelegacia do MTE.
Na oportunidade os diretores do Sindicato, Paulo Barrocas e Sarah Sodré, e o assessor Jurídico, Cristiano Araújo, discutiram com o representante do MTE, Flávio Souza, sobre as negativas do Bradesco para abertura de CATs. Somente este ano, o SEEB/VCR efetuou a abertura de 13 comunicados de trabalhadoras e trabalhadores após a recusa do banco em emitir os documentos. Dessa forma, o Bradesco tenta esconder a verdadeira face das condições de trabalho na empresa.
“Buscamos o MTE para a formulação de denúncia sobre a não adequação de condições de trabalho e também pela não abertura de CATs por parte dos bancos privados, com uma grande incidência de casos no Bradesco, que tem como prática não cumprir o que é responsabilidade do empregador. Ante a verificação do órgão responsável, seguiremos com a possibilidade de ação civil pública caso a situação não seja resolvida”, aponta Sarah Sodré, diretora do SEEB/VCR.
O MTE informou que deverá iniciar, em maio, uma fiscalização com maior abrangência territorial, afim de constatar irregularidades em agências bancárias de outras cidades da base do Sindicato.
Risco no Bradesco
Recentemente, o Bradesco anunciou o fechamento de até 200 agências nos próximos meses em todo o Brasil. Mesmo com lucro de mais de R$ 19 bilhões em 2017, o banco aponta para uma reestruturação que indica revisão de 4.750 postos de atendimento, segundo o atual presidente-executivo, Octavio Lazari.
Durante o processo de compra do HSBC, em 2016, o Bradesco se comprometeu com suas funcionárias e funcionários em não demitir, nem fechar agências. Mesmo assim, banco encerrou as atividades em cerca de 565 unidades no ano passado. Neste cenário, a tendência é aumentar a precarização do atendimento e das condições de trabalho.