O Encontro Nacional dos Trabalhadores do Itaú reiniciou os trabalhos na manhã desta sexta-feira (8) com a definição da minuta específica de reivindicações e a apresentação da pauta enviada pelo banco.
“Estamos num ano bastante difícil da história da nossa categoria, na história da classe trabalhadora, na história do nosso país. Por isso, mais do que nunca a Campanha Nacional é importante e a união nela é fundamental. Daí a importância desses encontros por bancos. Nós temos uma responsabilidade muito grande não só com a categoria, mas com toda a população”, explicou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que participou do evento na tarde da quinta-feira (7).
“Está na hora de irmos para as ruas conquistar e mobilizar à população, conquistar a nossa base para entrar conosco na luta para reestabelecer a democracia. Sem democracia não há direitos. Democracia é soberania popular e não estamos tendo isso com a conjuntura atual. Com certeza os bancários terão um papel importante nas ruas durante a luta para reestabelecer a democracia no país e construir o Brasil que a gente quer”, completou Juvandia.
Nesta quinta, a primeira mesa do evento, pela manhã, foi sobre Saúde e Condição de Trabalho. Maria da Consolação Vegi da Conceição, advogada do Seeb ABC, mostrou como a saúde foi afetada pela reforma trabalhista. “Agora, é necessário o trabalhador estreitar mais a relação com os sindicatos, pois a reforma traz a negociação coletiva de forma muito contundente, já que o negociado valerá sobre o legislado.”
Maria Maeno, médica sanitarista e pesquisadora da Fundacentro, explicou o protocolo de intenções entre Febraban e INSS, assinado sem a participação dos trabalhadores com regras para a reabilitação profissional dos empregados que tiveram de se afastar do emprego por causa de doenças relacionadas ao trabalho – como transtornos psíquicos e LER/Dort. O anúncio foi publicado no Diário Oficial da União em outubro de 2017. Mas seu conteúdo permanece oculto.
O maior risco é que a reabilitação fique por conta exclusivamente dos bancos, avalia Maria Maeno, médica pesquisadora da Fundacentro. “Nós sabemos que não existe reabilitação profissional nos bancos. Os trabalhadores que retornam ao trabalho não encontram condições diferentes daquelas que causaram o adoecimento e os obrigaram a se afastar.”
Ainda durante a mesa, Adma Gomes, coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú, fez um informe sobre os andamentos das negociações.
A segunda mesa, ainda pela manhã, foi sobre a Fundação Itaú e Previdência. Os conselheiros participantes da direção fizeram uma apresentação da posição atual da fundação Itaú e os principais planos.
José Sasseron, ex-diretor no Sindicato dos Bancários de São Paulo, ex-conselheiro Fiscal e Deliberativo e diretor de Seguridade da PREVI, ex-presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar) e atual o vice-presidente da Anapar, sendo o titular representante dos participantes no Conselho Nacional de Previdência Complementar, abordou o desmonte da Previdência e as novas regras da Previc.
Antes da abertura dos trabalhos na parte da tarde, Paulo Salvador fez uma apresentação does veículos parceiros dos trabalhadores (Rede Brasil Atual e TVT).
Na sequência, Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, fez uma análise de conjuntura. “Se nós queremos que a Campanha Nacional neste ano atinja os bancos como queremos, a gente precisa ter a população do nosso lado.”
Para encerrar o dia, a técnica da subseção do Dieese do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Catia Uehara, fez uma apresentação sobre o emprego no Itaú, com os impactos da Reforma Trabalhista e dos avanços tecnológicos. “No geral, o sistema financeiro tem reduzido muitos postos de trabalho. De 2012 para cá, foram mais de 50 mil postos de trabalho. As duas hipóteses para essa redução é a terceirização, com correspondentes bancários, e a digitalização.”