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Estudo aponta que bancos fecham 2.675 postos de trabalho em cinco meses de 2018

Nos cinco primeiros meses de 2018, os bancos fecharam 2.675 postos de trabalho no Brasil. Os dados são da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), que faz estudo em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

Os maiores saldos negativos foram registrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Foram ao todo, no período, 11.283 admissões e 13.958 desligamentos. Somente em maio deste ano, as instituições financeiras fecharam 328 postos de trabalho pelo país.

A Contraf critica o fato de os bancos continuarem demitindo, mesmo com os lucros exorbitantes. Considera essa situação recorrente uma falta de compromisso para com o Brasil, no momento em que o país tem um nível de desemprego de quase 29 milhões de pessoas, somando desempregados e trabalhadores com empregos precários. A constatação é uma só: pelo lucro que apresentam, os bancos deveriam contratar.

Os reflexos da reforma trabalhista estão cada vez mais evidentes. As demissões sem justa causa representaram 53,4% do total de desligamentos no setor bancário entre janeiro e maio de 2018. As saídas a pedido do trabalhador representaram 38,8% dos tipos de desligamento. Nesse período foram registrados, ainda, 24 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram do emprego nessa modalidade apresentaram remuneração média de R$ 8.898,58.

São Paulo registrou 57,9% das admissões e 52,6% do total de desligamentos, apresentando o maior saldo negativo no emprego bancário no período analisado, com 814 postos fechados no ano. Depois de São Paulo, no entanto, Rio de Janeiro e Paraná foram os estados que mais fecharam postos, com o fechamento, respectivamente, de 605 e 366 vagas. O Pará apresentou o maior saldo positivo (107 postos).

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os “bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, foram responsáveis pelo fechamento de 1.557 postos nos cinco primeiros meses do ano. No caso da Caixa Econômica Federal, devido, em grande parte, ao “Programa de Desligamento de Empregados”, lançado em 22 de fevereiro, o fechamento foi de 1.191 postos no período.

Defesa da Caixa 100% pública  

“É urgente e necessário que o único banco 100% público do país reponha as vagas dos que estão saindo. Com a saída de milhares de empregados e a falta de contratação, sobra um dia a dia de sobrecarga e adoecimentos nas unidades de todo o país. Isso tende a se agravar com o processo de desmonte da empresa perpetrado pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Vamos intensificar a luta contra o enxugamento do banco”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Para ele, é preciso intensificar a defesa da Caixa 100% pública e sua importância na execução de políticas sociais. E acrescenta: “A política de corte de postos de trabalho reforça a intenção de enxugar o banco e prepará-lo para a privatização. Essa redução, gradativa e desmesurada, compromete ainda mais a qualidade do atendimento já bastante precário nas agências”.

Faixa etária 

As contratações no sistema financeiro brasileiro continuam concentradas nas faixas etárias até 29 anos, em especial entre 18 e 24 anos. Foram criadas 4.142 vagas para trabalhadores até 29 anos. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo (ao todo, -6.817 postos), com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 3.521 postos no período.

Desigualdade entre homens e mulheres 

As 5.474 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e maio de 2018 receberam, em média, R$ 3.398,39. Esse valor corresponde a 71,5% da remuneração média auferida pelos 5.809 homens contratados no período. Constata-se a diferença de remuneração entre homens e mulheres também nos desligamentos. As 6.878 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.636,42, o que representou 75,2% da remuneração média dos 7.080 homens desligados dos bancos.

 

Fonte: Fenae

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