Toda mobilização da torcida brasileira, enchendo praças e bares e paralisando todas as atividades públicas e privadas que não estivessem relacionadas ao espetáculo midiático da Copa do Mundo da Fifa, não foi suficiente para que a seleção da Confederação Brasileira de Futebol chegasse às finais do campeonato.
As razões da derrota ainda serão discutidas e os atletas, em sua grande maioria, nem mesmo voltaram ao Brasil e continuarão a ganhar seus salários milionários.
Para o povo, a desilusão maior é voltar a conviver com as notícias da realidade de um país que não oferece aos seus cidadãos as condições necessárias para uma sobrevivência digna, mesmo diante de todos os tributos cobrados e revertidos para o Estado.
Para os trabalhadores bancários, o desafio agora é não perder os direitos conquistados ao longo de muitos anos, obtidos por meio da luta, que levaram a categoria a recorrer aos protestos, às paralisações e às greves, como formas de contrapor a força do capital econômico e político que sustenta as elites financeiras no país.
Mais uma vez, estamos diante de uma conjuntura que não favorece os trabalhadores, ameaçados pelo desemprego, pelos baixos salários e pela ameaça das novas leis trabalhistas – que retiram as poucas garantias que ainda restavam de uma relação com menos exploração entre patrões e empregados.
O acordo coletivo entre bancários e os bancos, que mantém e impede um retrocesso em nossos direitos, tem o seu prazo de validade até 31 de agosto. Só uma mobilização ainda maior do que aconteceu para torcer para o Brasil, poderá garantir a renovação do acordo. Se isto não acontecer, será, por certo, nossa pior derrota.
Por Alex Leite, diretor de Imprensa e Comunicação.