Desde 1992, o dia 25 de Julho ficou definido como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, após a realização do I Encontro de Mulheres Negras da América Latina e Caribe, na República Dominicana. Esta se tornou uma data muito importante para a luta das mulheres negras. No Brasil a data passou a ser reconhecida em 2014, pela Lei nº 12.987/2014, que traz junto a data o nome da brava lutadora Tereza de Benguela, líder quilombola e exemplo da resistência das mulheres negras contra a escravidão no Brasil.
Este dia é uma conquista que reforça a resistência e luta das mulheres negras contra o racismo, sexismo, opressão de classe e preconceitos. Mas é também o momento de dar visibilidade a existência da desigualdade racial e de gênero, que ainda se fazem presente em nossa sociedade.
No Brasil, mesmo após mais de cem anos da abolição da escravatura, o racismo ainda se faz presente, principalmente pela ordem de exploração do capital e a serviço deste sistema. E isso pode ser percebido quando apenas 10% das mulheres negras conseguem concluir o ensino superior, segundo dados da revista Gênero e Número de 2018. As mulheres negras também são a maioria entre as vítimas de mortalidade materna, segundo dados da pesquisa SUS Sem Violência de 2014.
A violência, seja ela na vida privada ou na vida pública tem sido marca na vida das pessoas negras e se manifesta de diferentes formas, desde a destruição da subjetividade ao impor o padrão de beleza vendido pelo mercado e que não integra os traços corporais e faciais das pessoas negras, até ao relegar às mulheres negras nos postos mais precarizados de trabalho, com jornadas contínuas e extenuantes, baixa remuneração e expostas ao assédio moral e sexual.
Neste dia, o Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região destaca que a luta de todas e todos trabalhadores por uma outra sociedade deve compreender a importância da superação também do racismo.
Hoje (25), coletivos feminista, DCE Kamayurá da Uesb e ADUSB estão realizando um dia de atividades na UESB para dialogar com a comunidade acadêmica sobre a importância da data. O encerramento das atividades será com uma roda de conversa Emancipação da Mulher Negra e Transformação Social: violências, assédio, saúde mental, luta de classes e anti-racista, às 17h30, no auditório da Adusb.