Na última terça-feira (21), os representantes dos bancos frustraram, mais uma vez, a expectativa da categoria bancária de chegar a um acordo para as reivindicações. Em reunião com o Comando Nacional dos Bancários, a Fenaban apresentou uma proposta rebaixada, com aumento real de somente 0,5% e alteração ou exclusão de diversas cláusulas de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), como o pagamento proporcional – e não mais integral -, da PLR das bancárias em licença-maternidade e de afastados por doença ou acidente.
A proposição dos bancos prevê ainda a retirada de diversos direitos conquistados, tais como fim do salário substituto, alteração da cláusula do vale-transporte, compensação (caso os bancos privados percam na Justiça) das horas extras pagas como gratificação de função – conforme a cláusula 11ª da CCT -, fim da cláusula que proíbe a divulgação de ranking individual, retirada da cláusula que previa adicional de insalubridade e periculosidade, flexibilização do horário de almoço de 15 minutos para 30 minutos na jornada de seis horas – exceto para teleatendimento e telemarketing -, fim do vale-cultura, retirada da cláusula que garantia a homologação de rescisão contratual nos sindicatos.
Diante disso, a proposta dos banqueiros foi rejeitada na mesa de negociação. A Fenaban pediu um prazo para se reunir com os bancos e, assim, a negociação continua na quinta-feira (23).
A Caixa Econômica Federal tem reunião marcada para esta quarta-feira (22), às 10h. As discussões do Banco do Brasil também acontecem hoje, às 15h. O Banco do Nordeste anunciou, na reunião da última sexta-feira (17), que vai atender a uma reivindicação da representação do funcionalismo e realizar dois concursos públicos ainda este ano. O banco não apresentou respostas concretas sobre as demais reivindicações apresentadas pelos trabalhadores e se limitou a anunciar que seguirá a Fenaban nas cláusulas econômicas.
“A proposta apresentada pela Fenaban nessa quarta foi ainda pior do que as anteriores, pois trouxe a perda de vários direitos conquistados na CCT. Um setor que lucrou mais de R$ 41 bilhões no primeiro semestre do ano tem condições de atender as demandas apresentadas. Por isso, este é o momento estarmos mobilizados para que, se necessário, possamos intensificar o enfrentamento aos patrões”, afirma Paulo Barrocas, presidente do SEEB/VCR.