No início deste ano, o Banco do Brasil ampliou o público-alvo do Programa de Desempenho Gratificado – PDG, com integração do Programa de Ascensão Profissional. Um mecanismo de remuneração individual dos funcionários que alcançam classificação em critérios pré-estabelecidos a partir do cumprimento de metas.
O programa, que antes estava restrito aos que exerciam funções gerenciais das Unidades de Negócio, foi ampliado para assistentes, caixas e escriturários. A premiação é uma remuneração variável para os 30% melhores colocados de cada segmento, desta forma 70% dos bancários são excluídos, mesmo que atinjam as metas impostas pela direção.
Enquanto o banco comemora parabenizando os funcionários pela elevação das metas, a categoria é quem convive com o lado sombrio deste programa – que segue na contramão da luta categoria em busca de compartilhamento coletivo dos lucros produzidos.
Com a avaliação sob responsabilidade dos gestores, a pressão sobre os trabalhadores acirra a competição, aumenta a possibilidade de adoecimento, assédio, frustação, possibilidades de fraudes e inquéritos administrativos. Outra coisa que o banco também não fala é sobre os problemas na plataforma de avaliação, que, por exemplo, deixou bancários da base do SEEB/VCR sem o recebimento da bonificação, mesmo tendo atingindo os critérios necessários, como destaca Larissa Couto, vice-presidente do SEEB/VCR. “O programa não é justo porque utiliza critérios individuais para resultados coletivos, além de pagar remuneração variável que não incide benefícios para o trabalhador, como, por exemplo, injetar recursos na Cassi e Previ. O que temos presenciado nas agências são conflitos e insatisfações, além de maior competição entre colegas. O banco sabe que as pessoas estão mais individualistas e promove um programa de ‘recompensa’ disfarçado de exploração”, aborda Larissa.