Com o anúncio da inflação oficial, correspondente ao período de 31 de agosto de 2017 a 1º de setembro de 2018, apresentada pelo INPC-IBGE – que alcançou 3,64 %, a Contraf divulgou um ganho real no reajuste salarial dos bancários de 1,31%. Na verdade, os trabalhadores brasileiros continuam submetidos a cálculos inflacionários que desconsideram ou desvalorizam itens básicos para a sobrevivência humana.
Considerando os reajustes dos combustíveis, itens que influenciam diretamente os preços de quase toda economia e no cotidiano da vida de qualquer pessoa, podemos perceber que a inflação oficial está longe de demonstrar a realidade do país.
Se a inflação de junho de 2017 a junho de 2018, ficou apenas em 8%, no mesmo período, o gás de cozinha foi reajustado em 25,9%, a gasolina comum subiu 24,4%, o etanol, 20,9% e o diesel, 14,2%. Fica claro que os números apresentados pelo governo não refletem o mundo real. Se partirmos para observar o nosso reajuste, incluindo aí o desconto da taxa negocial de 1,5% sobre o salário de setembro e sobre a PLR, o reajuste real da categoria também ficara abaixo do anunciado pela Contraf. Ou seja, para superar estes próximos dois anos com os reajustes já pré-estabelecidos e com uma inflação que não condiz com o verdadeiro aumento de preços para o consumidor, será necessário, não só medidas caseiras de economia, e sim uma luta incessante para que os serviços públicos básicos possam ter a qualidade necessária para compensar a ausência de uma política salarial que atenda às necessidades da população.