A Fundação dos Economiários Federais – Funcef tem descumprido o princípio da transparência, previsto em seu estatuto, ao publicar com atraso as informações contábeis e financeiras da entidade. Foram apresentados apenas em outubro os resultados dos planos de benefícios referentes a julho. A defasagem alcançou R$ 6,8 bilhões ante os R$ 6,57 bilhões registrados em dezembro de 2017. Nos últimos quatro anos, o déficit da Funcef aumentou 73%.
Para o movimento sindical, o contencioso judicial não contabilizado ainda é o maior fator isolado de desequilíbrio nos planos da Funcef. Se considerar as perdas prováveis e possíveis, o valor total chega aos R$ 19 bilhões, sendo que R$ 1,2 bilhão estão provisionados e compõem o déficit nos planos. Esse contencioso não contabilizado, chamado de “perda possível”, reúne ações judiciais cuja probabilidade de perda é avaliada pelo jurídico da Funcef em torno de 50%.
Vários fatores contribuem para os resultados negativos, entretanto é fundamental a atuação dos participantes do fundo de pensão na cobrança por uma gestão mais eficiente e transparente. “Diante disso, cabe a nós, empregados da Caixa Econômica Federal e participantes da Funcef, cobrar dos gestores eleitos a implantação de uma política mais transparente na administração dos recursos e no repasse das informações relevantes. Também é necessário que a Caixa seja responsabilizada por sua parte no contencioso, de forma que o prejuízo dos trabalhadores seja reduzido. Precisamos lutar contra a constante diminuição do quadro de empregados, pois isso desequilibra o orçamento, com aumento do número de aposentados e diminuição cada vez maior da quantidade de contribuintes ativos. É responsabilidade de todos os participantes acompanhar de perto toda a gestão da instituição para que não haja perdas futuras ainda maiores”, destaca Bruno Boaventura, funcionário da CEF e diretor do SEEB/VCR.