Após a eleição presidencial, com a formação de um novo governo, aumentam as expectativas criadas pela população de solucionar os problemas que levaram ao poder aquele que melhor conseguiu convencer a maioria que votou neste pleito. Para o presidente eleito colocar em prática todas as promessas de campanha de forma democrática, será necessário o apoio de uma maioria no parlamento. Isto não será tão difícil, já que, pelo menos no início do governo, a tendência é que os parlamentares aprovem suas propostas, uma vez que ainda estarão sob a pressão das urnas e da popularidade do eleito.
Entre as propostas já especuladas pelo futuro governo estão aquelas que atingem diretamente os trabalhadores. Reforma da Previdência, criação de um novo plano de aposentadoria e mudança no atual, radicalização na implementação da reforma trabalhista, flexibilização de direitos, além de várias pautas que envolvem as liberdades individuais, questões morais e de direitos humanos. Se para o governo aprovar as promessas necessitará de votos no Congresso, para os trabalhadores impedirem que existam retrocessos nas relações de trabalho será fundamental fortalecer suas organizações, sejam elas sindicatos, associações, cooperativas e todas as demais formas de aglutinar forças para defender os interesses da classe trabalhadora.
Em 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff, anunciou a abertura do capital da CEF e outras medidas incorretas, vários sindicatos pelo país, inclusive o SEEB/VCR, organizaram uma intensa mobilização junto aos funcionários e a sociedade e conseguiram barrar aquelas intenções nefastas. Assim também foi nossa atuação diante da gestão devastadora de Temer. Apesar da ameaça do novo governo em acabar com o ativismo sindical, criminalizando os movimentos sociais, para impedir que a classe trabalhadora seja protagonista do seu destino, continuamos firmes no desafio de manter a independência partidária, mas sem abrir mão de participar ativamente da política, na defesa dos interesses dos trabalhadores, no respeito aos direitos humanos e à Constituição.
Por Alex Leite,
diretor de Comunicação do SEEB/VCR.