Agora tanto faz as lamentações dos perdedores ou as comemorações dos que acham que foram vencedores do pleito eleitoral, o fundamental é acompanhar todos os passos do futuro governo. Para quem serão voltadas as suas políticas? Quem serão os favorecidos com as mudanças na economia e com as privatizações? Serão os banqueiros, os grandes empresários ou a população que enfrenta o desemprego, os baixos salários, o trabalho informal e a falta quase total dos serviços básicos de saúde, educação, moradia, segurança e todos os outros, que são obrigações do Estado e funcionam de forma caótica em todo país?
Até o momento, o perfil dos nomes indicados para ocupar os principais cargos no novo governo aponta para a manutenção dos privilégios e não direcionam para mudanças que venham aumentar a renda do trabalhador, melhorar os investimentos nos serviços necessários para a sobrevivência digna da população, pagos com os trilhões de reais que são arrecadados todos os anos com os impostos.
Enquanto o novo governo busca manter o foco em questões morais, as propostas para solucionar a desigualdade social, a falta de saneamento básico e os investimentos em infraestrutura para a população, que deveriam ser prioridade, ainda não foram apresentadas.
Durante os governos Dilma e Temer, a luta dos trabalhadores teve como principal bandeira a manutenção dos direitos conquistados. Muda o presidente, mas a tentativa continua sendo colocar o ônus da crise, gerada pela elite brasileira, nas costas da classe trabalhadora. Carteira de trabalho verde-amarela, reforma da Previdência e a frase “ou os trabalhadores querem direito ou querem emprego”, têm sido os projetos do novo governo.
Nossa opção, mais uma vez, é a organização e a resistência para que nossos direitos possam ser mantidos e para que a conquista de novos avanços não deixe de ser uma perspectiva possível através da luta e da unidade.
Por Alex Leite,
diretor de Comunicação do SEEB/VCR.