As contrapropostas apresentadas pela Fenaban não atenderam às reivindicações feitas pelo Comando Nacional dos Bancários. Neste momento, é importante que a categoria esteja unida com objetivo de pressionar o Governo e os banqueiros. O presidente do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, Paulo Barrocas, explica a bancários e clientes o direcionamento da Campanha.
Os bancos e Governo ignoraram a maior parte das demandas apontadas pela categoria na pauta entregue à Fenaban e, inclusive, apresentaram um índice de reajuste abaixo do reivindicado. Essa é uma prática comum dos banqueiros durante as campanhas salariais, o que leva os trabalhadores a buscarem meios para pressionar os patrões, como as greves, por exemplo. Como você define essa postura dos bancos? Isso só demonstra a intransigência e a falta de respeito com a nossa categoria. Os banqueiros, cada vez mais, aumentam sua lucratividade e tratam funcionários e clientes com total descaso. Os bancários desenvolvem uma função fundamental para a nossa sociedade e os bancos e o Governo não valorizam essa atividade como deveriam. Devemos estar envolvidos para demonstrar as nossas insatisfações e o quanto estamos prontos para construir uma forte greve capaz de pressionar os patrões a nos atenderem.
Depois de mais de um mês de negociações gerais e específicas entre Fenaban e Comando Nacional, nada foi consolidado para os bancários. Qual a importância da mobilização de toda categoria da base? Historicamente, todas as conquistas da nossa categoria sempre foram alcançadas por meio de muita luta e, desta vez, parece não ser diferente. Precisamos mostrar nossa capacidade de mobilização e de unidade, cada um deve assumir a responsabilidade de conversar com o colega e com os clientes, explicando os motivos a do nosso movimento. Nos é garantido por lei reivindicar, não devemos encarar a greve como férias e, sim, como um momento de luta por melhores condições de trabalho.
Muitas vezes os clientes não entendem que o motivo para a greve dos trabalhadores também é em busca por melhorias para eles e se opõem por se sentirem prejudicados com a mobilização da categoria. O que é importante ficar esclarecido para a população e para a categoria neste momento? Precisamos mostrar pra população que ela também é explorada pelos banqueiros. Os bancos intensificam a terceirização e obrigam clientes a fazer suas operações bancárias em correspondentes, onde não há garantias legais de segurança física e de seu sigilo bancário, ou através de computadores pessoais, expostos a ameaças digitais. E, ao invés de diminuir as tarifas bancárias, já que os clientes estão realizando suas próprias transações, os bancos aumentam cada vez mais os índices cobrados.
Sobre o trabalho de mobilização nas cidades da base durante a Campanha Salarial, qual tem sido o resultado alcançado pelo Sindicato? A nossa diretoria vem fazendo, durantes esses dois últimos meses, reuniões em todas as 45 cidades que compõem a nossa base. Essas reuniões fazem parte da estratégia de mobilização e também do nosso compromisso em fazer um sindicato cada vez mais participativo. Temos certeza que estamos cumprindo a nossa obrigação e notamos nesse contato que os colegas entenderam que o Sindicato sozinho não faz uma greve forte. Somos apenas dez diretores liberados e nossa base tem 70 agências, sendo 22 em Conquista. É preciso que todos os bancários assumam a responsabilidade de construir um movimento forte que garanta nossas conquistas.